Maria Barroso deixa Cruz Vermelha com "consciência tranquila do dever cumprido"
A presidente cessante explica que, "quando se deixa uma instituição apaixonante, não se sai de cara alegre". Maria Barroso, que falava à margem de um seminário internacional sobre os Direitos Humanos que hoje decorre em Lisboa, avisou que fará uma declaração pública "no momento certo" sobre o seu afastamento.
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A presidente cessante explica que, "quando se deixa uma instituição apaixonante, não se sai de cara alegre". Maria Barroso, que falava à margem de um seminário internacional sobre os Direitos Humanos que hoje decorre em Lisboa, avisou que fará uma declaração pública "no momento certo" sobre o seu afastamento.
Maria Barroso recusou quarta-feira passada ser indigitada novamente para o mesmo cargo e dois dos seus vice-presidentes, Miguel Veiga e Victor Ramalho, renunciaram aos cargos em protesto pela forma como decorreu o processo para escolha de nomes para a liderança da instituição.
O antigo deputado do CDS Luís Nogueira de Brito será o novo presidente da organização humanitária, tendo sido escolhido pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Defesa, que tutela a Cruz Vermelha, entre os três nomes votados quarta-feira pelo Conselho Supremo da instituição.
Dos 31 membros que integram o Conselho Supremo da CVP, 11 são indicados pelo Governo e os restantes pelas 25 delegações e 115 núcleos da Cruz Vermelha.
A polémica começou há algumas semanas, quando o ministro da Defesa declarou nulas as eleições realizadas no início do ano por os resultados não terem sido homologados pela tutela.
As alterações feitas aos regulamentos que regem a eleição dos dirigentes da CVP justificaram o protesto que esteve na base do despacho de Paulo Portas e da subsequente auditoria, a qual "recomendou a realização de novas eleições", observou a fonte.
As eleições de quarta-feira última ficaram marcadas ainda por uma situação invulgar: a tutela fez-se representar pelo secretário de Estado da Defesa, que acabou por ser — a par de Paulo Portas — alvo de violentas críticas por parte de um dos vice-presidentes de Maria Barroso, neste caso Miguel Veiga.