Clínicos gerais pedem uniformização na classificação de exames médicos

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As análises que permitem medir a insuficiência renal e impedir que um doente chegue à hemodiálise ainda não são correntes em Portugal EPA

Reunidos nas XIV Jornadas de Medicina Geral e Familiar do distrito de Santarém, os médicos ouviram especialistas em doenças tipicamente femininas e da área da prevenção de patologias que podem levar à insuficiência renal falarem dos avanços na área do diagnóstico, que permitem definir melhor os graus de malignidade ou benignidade e que não são ainda prática corrente nos laboratórios portugueses.

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Reunidos nas XIV Jornadas de Medicina Geral e Familiar do distrito de Santarém, os médicos ouviram especialistas em doenças tipicamente femininas e da área da prevenção de patologias que podem levar à insuficiência renal falarem dos avanços na área do diagnóstico, que permitem definir melhor os graus de malignidade ou benignidade e que não são ainda prática corrente nos laboratórios portugueses.

Monteiro Ferreira, presidente das jornadas, disse que estas duas áreas raramente são abordadas em congressos ou na literatura distribuída aos médicos e que essa falta de actualização levou a que, este ano, os clínicos escolhessem estes temas, suscitando uma forte participação, não só dos médicos de Clínica Geral e Familiar, como também de Medicina Interna e Cardiologia.

Um dos assuntos abordados nas jornadas prende-se com a terapia hormonal de substituição, tão generalizada nos últimos anos para prevenir os efeitos da menopausa nas mulheres, mas que, dez anos depois da sua introdução em massa, revela ter efeitos nocivos, que aconselham cuidado na sua prescrição.

Na área da prevenção da diabetes, da insuficiência renal e do colesterol foram referidos os ganhos que se poderiam obter caso fosse já prática corrente no país o recurso a análises que permitem medir a insuficiência renal e impedir que um doente chegue à hemodiálise.

Monteiro Ferreira comparou o custo dos diagnósticos e das medidas de prevenção, tantas vezes invocado para justificar a sua não generalização, com os custos dos tratamentos quando um doente tem de passar a fazer hemodiálise ou faz um acidente vascular cerebral (AVC) por não ter baixado o colesterol. "Estudos recentes têm mostrado que baixando o colesterol para valores mínimos pode-se baixar os AVC para 33 por cento", realçou, lembrando ainda as implicações na qualidade de vida dos doentes.