Guerra de Rui Rio com FC Porto incomoda PSD
Rui Rio é vice-presidente do PSD e, neste partido, a guerra alimentada pelo autarca está a gerar críticas. Esta história começou durante a campanha eleitoral para as legislativas, em Março do ano passado. Na altura, vários dirigentes do PSD queixavam-se que o partido tinha perdido a maioria absoluta precisamente por causa de Rio e não se esquecem disso.
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Rui Rio é vice-presidente do PSD e, neste partido, a guerra alimentada pelo autarca está a gerar críticas. Esta história começou durante a campanha eleitoral para as legislativas, em Março do ano passado. Na altura, vários dirigentes do PSD queixavam-se que o partido tinha perdido a maioria absoluta precisamente por causa de Rio e não se esquecem disso.
A vitória do ex-deputado na Câmara do Porto, nas autárquicas anteriores, tinha sido uma surpresa para o PSD. Hoje, os receios são de que a continuar este caminho os sociais-democratas correm o risco de voltar a perder uma câmara, considerada determinante, daqui a dois anos.
Esta quarta-feira, Rui Rio considerou, em declarações públicas, que fazer a festa do FC Porto na câmara não constitui em si um acto de promiscuidade entre a política e o futebol, mas abre esse caminho.
"É devido a estes convites que se vão dando passos no sentido da promiscuidade entre a política e o futebol. Eu peço desculpa, mas a minha visão é outra", salientou o presidente da Câmara do Porto.
Para Rio, associar-se mais directamente à festa do FC Porto seria uma atitude de aproveitamento.
Há cerca de três semanas, o primeiro-ministro Durão Barroso, o ministro-adjunto, José Luís Arnaut, e o secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, assistiram ao jogo FC Porto-Lázio de Roma para a taça UEFA. Essa reunião foi vista como as pazes do PSD com Pinto da Costa. Durão avisou antecipadamente que iria estar no estádio das Antas. Segundo foi sugerido ao PÚBLICO, essa poderia ser uma oportunidade para Rio amenizar o tom, mas não. O autarca criticou as promiscuidades entre política e futebol.
No passado domingo, no habitual debate na RTP entre José Sócrates, deputado do PS, e Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara de Lisboa e vice-presidente do PSD, o assunto foi discutido. Sócrates criticou Rio, mas Santana ficou calado. Curiosamente, Santana Lopes já foi presidente do Sporting e, no ano passado, quando o clube de Alvalade foi campeão nacional, o autarca fez a festa com os jogadores nos Paços do Concelho.
O porta-voz do PSD, Pedro Duarte, desdramatiza o incómodo que Rio provoca no partido, considerando que se trata também de uma questão de carácter do autarca do Porto e que este não irá desistir da sua posição.