Tribunal de Contas: quatro camas e 3,2 médicos para cada mil portugueses
Com excepção de Itália, que apresenta o valor máximo da Europa, com seis médicos por mil habitantes, e do Reino Unido, com o valor mínimo de 1,8 médicos, existe alguma semelhança na densidade de médicos nos restantes países da União Europeia.
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Com excepção de Itália, que apresenta o valor máximo da Europa, com seis médicos por mil habitantes, e do Reino Unido, com o valor mínimo de 1,8 médicos, existe alguma semelhança na densidade de médicos nos restantes países da União Europeia.
Portugal, com 3,2 médicos por mil habitantes, está próximo da média europeia de 3,4. Só no que respeita a médicos especialistas apresenta uma maior densidade, com 2,2 peritos por cada mil habitantes, enquanto a média europeia é de 1,7.
O mesmo já não acontece com os enfermeiros: a média nacional é de 3,8 para mil portugueses, quase metade da média europeia de 7,5, valor que só é inferior em Espanha (3,7).
De um total de 32.355 médicos inscritos nas respectivas Ordens, quase 37 por cento concentram-se em Lisboa, enquanto a segunda maior fatia está no Porto (23 por cento). Embora estas duas cidades tenham mais médicos do que enfermeiros, também quanto a estes existe a mesma tendência: dos 36.977 enfermeiros inscritos, 27 por cento encontram-se na capital e 19 por cento no Porto.
Em termos de camas hospitalares, Portugal apresenta a segunda menor capacidade da Europa. O relatório, que se encontra disponível no sítio do Tribunal de Contas, realça ainda que a capacidade hospitalar diminuiu nas duas últimas décadas em toda a Europa e que a média da União Europeia caiu de 10,3 camas por cada mil habitantes, em 1980, para 6,6, em 2000.
Enquanto a média da União Europeia é de 11,1 dias, os portugueses permanecem cerca de nove dias no hospital. A quebra destes valores médios nos últimos anos é também mais acentuada em Portugal do que na União Europeia: no início da década de 80, os portugueses permaneciam 14,4 dias no hospital e os europeus 18,4 dias.
Entre os factores que justificam esta tendência o Tribunal de Contas destaca a evolução das ciências médicas, que acelera os ritmos de tratamento e de reabilitação das patologias, aumentando o número de casos resolvidos em regime de ambulatório (sem internamento).
No entanto, a taxa de ocupação das camas dos hospitais aumentou em Portugal nos últimos 20 anos: em média, 62,6 por cento das camas estavam ocupadas em 1980, enquanto em 2000 a ocupação subiu para 74 por cento. A taxa média de ocupação de camas na Europa é maior do que em Portugal e aumentou de 79,3 por cento (1980) para 80,3.