Dez novos membros da União Europeia assinam tratado de adesão
"Hoje é um dia histórico, porque ultrapassamos as divisões de um continente que estava separado em dois campos", afirmou, no discurso inaugural, Costas Simitis, primeiro-ministro da Grécia, país que preside actualmente à UE.
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"Hoje é um dia histórico, porque ultrapassamos as divisões de um continente que estava separado em dois campos", afirmou, no discurso inaugural, Costas Simitis, primeiro-ministro da Grécia, país que preside actualmente à UE.
Cada um dos chefes de Estado ou de Governo dos 25 países que farão parte da UE em 2004 — os 15 actuais e os dez novos membros — pronunciou um discurso de três minutos, antes de assinar o tratado de adesão. Os presidentes do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, Pat Cox e Romano Prodi, fecharam a cerimónia.
Os dez países que assinam hoje o tratado de adesão e que devem integrar a UE no dia 1 de Maio de 2004 são maioritariamente Estados ex-soviéticos — Polónia, Hungria, República Checa, Eslováquia, Eslovénia, Lituânia, Letónia, Estónia, Chipre e Malta. Com a adesão destes novos dez membros a população da UE crescerá em 75 milhões de habitantes.
Na cerimónia de assinatura dos tratados de adesão, o Presidente francês, Jacques Chirac, apelou à UE alargada para reformar o "projecto político europeu".
"Mais rica em diversidade, a União Europeia deve manter a coesão, que é o motor da sua força e eficácia. Essa nova Europa não poderá responder aos desejos dos nossos cidadãos se, como vemos com a actual crise, as suas ambições políticas não forem clarificadas e o seu funcionamento profundamente repensado", defendeu.
"A União Europeia não é apenas um grande mercado, de políticas comuns, uma moeda única e um espaço de livre circulação. É sobretudo uma ambição colectiva, de partilha de tarefas, a afirmação de uma solidariedade", acrescentou Chirac, que, em Fevereiro passado, criticou, em tom ríspido e quase racista, os dez novos membros por se terem colocado ao lado dos EUA na questão iraquiana.
Turquia não se fez representar ao mais alto nívelO chefe da diplomacia da Turquia foi, por seu lado, o grande ausente da cerimónia de hoje. Abdullah Gul enviou o embaixador turco em Atenas, Mehmet Yigit Alpogan, em sua substituição.
Formalmente convidada pela presidência grega da UE para estar presente, a Turquia é candidata à adesão há alguns anos, mas o processo tem-se arrastado. Ao mesmo tempo, Ancara viu-se ultrapassada por Chipre, onde cipriotas-gregos e cipriotas-turcos vivem divididos há três décadas. A Turquia opõe-se à entrada da ilha na UE se a reunificação não for conseguida antes, isto porque, desta forma, apenas a parte grega de Chipre, a única reconhecida internacionalmente, integrará o espaço comunitário.
Os líderes da Bulgária e da Roménia, que esperam aderir à UE em 2007, estiveram presentes na cerimónia, bem como os representantes dos candidatos Croácia e Sérvia.
Polícia grega dispersa manifestantes antiguerra com gás lacrimogéneoA polícia grega usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que se concentraram perto do local onde decorreu a cimeira da UE, que protestavam contra a guerra no Iraque.
Os manifestantes atiraram pedras, garrafas e cocktails Molotov contra as embaixadas italiana, francesa e britânica.
Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas, incluindo um agente e um operador de câmara, e mais de 50 manifestantes foram detidos pela polícia.
Antecipando os protestos, a polícia grega disponibilizou um dispositivo de segurança sem precedentes, com 20 mil agentes nas ruas de Atenas. Os serviços públicos e as escolas estarão fechadas durante a cimeira e o estacionamento será proibido em redor do centro da cidade, enquanto a área da Acrópole será selada.