A ovelha Dolly foi empalhada e tornou-se a estrela do Museu de Edimburgo
Os cientistas do Instituto Roslin, onde foi criada e viveu toda a vida, abateram-na em meados de Fevereiro, ao descobrirem que sofria de uma doença pulmonar sem cura que a faria sofrer muito. "Ela vai continuar a lembrar a toda a gente o avanço científico feito em Edimburgo", comentou Ian Wilmut, o cientista que liderou a equipa que clonou a ovelha e é por todos conhecido como o "pai da Dolly".
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Os cientistas do Instituto Roslin, onde foi criada e viveu toda a vida, abateram-na em meados de Fevereiro, ao descobrirem que sofria de uma doença pulmonar sem cura que a faria sofrer muito. "Ela vai continuar a lembrar a toda a gente o avanço científico feito em Edimburgo", comentou Ian Wilmut, o cientista que liderou a equipa que clonou a ovelha e é por todos conhecido como o "pai da Dolly".
O que está em exibição não são propriamente os restos mortais da ovelha: a sua pele foi submetida a um tratamento de cura, para a conservar, para depois ser esticada sobre um molde em fibra de vidro do seu corpo. Os olhos são de vidro, e foram inseridos depois. "Está com um óptimo aspecto", disse uma porta-voz do museu, citada pela agência Reuters. "Está em pé e tem a cabeça inclinada para um lado. Ela costumava receber muitas visitas humanas e era nessa posição que costumava recebê-las", adiantou.
Dolly nasceu em Julho de 1996, mas a sua existência foi mantida em segredo durante meses, enquanto os cientistas faziam análises para verificar se ela era mesmo a fotocópia genética de outra ovelha. Foi criada a partir do ADN de uma célula mamária desse outro animal - e por isso recebeu o nome de Dolly, em homenagem à cantora "country" e actriz norte-americana Dolly Parton, famosa pelos caracóis platinados e pelo peito.
A ser revelada ao mundo, nas páginas da revista "Nature", em Fevereiro de 1997, tornou-se um fenómeno de curiosidade a nível mundial. Agora a clonagem de gado já não faz as manchetes dos jornais, mas Dolly continuou a ser uma estrela, ao longo dos seis anos que viveu. "Um dia pensámos que seria melhor escondê-la, pois alguém poderia raptá-la. Pensámos que a melhor maneira da fazer passar despercebida seria inseri-la num rebanho, junto de outras ovelhas. Mas depois percebemos que seria fácil distingui-la: bastaria apontar-lhe a objectiva de uma máquina fotográfica. As outras ovelhas recuariam, a fugir, e a Dolly avançaria a correr para o fotógrafo", disse ao PÚBLICO Harry Griffin (ver "Não há que ter medo dos clones", PÚBLICO de 5/02/1999), o responsável pelas relações com a comunicação social do Instituto Roslin.