Romano Prodi alerta que entrada de tropas turcas no Iraque será "muito grave"

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Alguns países europeus entendem que a Turquia deve enviar soldados ao Iraque para defender as fronteiras Fehim Demir/EPA

"Se as tropas turcas passarem a fronteira, esse será um acto muito grave que contradiz várias resoluções tomadas pelo Governo turco", declarou Prodi. "Sempre dissemos que as fronteiras devem ser totalmente respeitadas", salientou.

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"Se as tropas turcas passarem a fronteira, esse será um acto muito grave que contradiz várias resoluções tomadas pelo Governo turco", declarou Prodi. "Sempre dissemos que as fronteiras devem ser totalmente respeitadas", salientou.

Enquanto a Turquia reitera a intenção de enviar soldados para o Norte do Iraque, apesar dos avisos vindos do estrangeiro, a Comissão Europeia invocou "complicações suplementares" na candidatura turca à União Europeia (UE).

O primeiro-ministro britânico Tony Blair disse hoje, na Câmara dos Comuns, ser "perfeitamente inaceitável" uma incursão turca no Curdistão iraquiano.

Também o ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Louis Michel, alertou que "é impensável que a Turquia se junte à Europa se ela entrar no Curdistão" iraquiano.

No entanto, a Comissão Europeia (CE) considera que ainda é "demasiado cedo" para tirar conclusões sobre o processo de adesão da Turquia.

Quinze defendem integridade territorial do Iraque

Apesar das suas divisões, os Quinze estão de acordo quanto ao respeito pela "integridade territorial" do Iraque e convidam "todos os países da região a abster-se de tomarem acções susceptíveis de agravar a instabilidade".

A preocupação dos europeus sobre a Turquia foi manifestada na Nato, onde a Alemanha e a Bélgica ameaçaram retirar o seu apoio a Ancara. Depois de terem ouvido as explicações do embaixador turco na Nato, os membros da Aliança decidiram hoje manter a sua ajuda (quatro aviões-radar Awac e cinco baterias anti-míssil Patriot).

"Alguns países entendem que a Turquia deva garantir a segurança na fronteira e evitar um fluxo incontrolável de refugiados, enviando algumas tropas para o Iraque", enquanto outros são mais intransigentes, explicou um diplomata, dando conta das divergências na UE.

"Apesar de tudo, todos nós recusamos ver a Turquia desempenhar um papel desestabilizador na região", garantiu.