Governo turco pondera pedir nova votação no Parlamento

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A incapacidade de fazer aprovar a moção pôs em causa a credibilidade do Governo turco Gursel Eser/AP

De acordo com o líder do Partido para a Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder), o Governo ainda não tomou uma decisão definitiva sobre esta matéria. "Trata-se de uma decisão que não pode ser encarada com ligeireza", afirmou Tayyip Erdogan durante uma conferência de imprensa.

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De acordo com o líder do Partido para a Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder), o Governo ainda não tomou uma decisão definitiva sobre esta matéria. "Trata-se de uma decisão que não pode ser encarada com ligeireza", afirmou Tayyip Erdogan durante uma conferência de imprensa.

Segundo Erdogan, a direcção do AKP e o Governo estão a analisar separadamente o impacte da votação de ontem, a qual representou um duro golpe para a credibilidade do Governo, já que cerca de cem deputados do partido da maioria votaram contra a moção.

Sinal desta divisão interna é o facto do vice-presidente da bancada parlamentar do AKP ter declarado que "não haverá uma nova moção num futuro próximo", quando ainda ontem o primeiro-ministro, Abdullah Gul, prometeu tudo fazer para solicitar ao Parlamento nova votação.

Apesar dos esforços feitos nos últimos dias pelos dois líderes para convencer os seus correligionários de que a recusa em aceitar a presença americana no país iria prejudicar as relações com Washington, muitos deputados continuam a manifestar-se contra o envolvimento do país numa eventual ofensiva contra o Iraque.

Hoje, os mesmos responsáveis tentaram minimizar os danos do revés sofrido no Parlamento, afirmando que "as relações turco-americanas são estratégicas e não dependem da votação". "Os laços estratégicos e históricos entre os EUA e a Turquia não podem degradar-se de um dia para o outro, tal como não foram construídos de um dia para o outro", declarou Erdogan.

A votação no Parlamento põe, porém, em causa o acordo económico-militar concluído esta semana entre Ancara e Washington, ao abrigo do qual os EUA se comprometeram a disponibilizar 30 mil milhões de dólates, em ajuda directa e indirecta, em troca do estacionamento no país de cerca de 62 mil soldados americanos.