Perto de 40 por cento dos estabelecimentos comerciais em Lisboa alvo de delitos em 2001
Tendo por base um "inquérito de vitimação a comerciantes da Área Metropolitana de Lisboa", o estudo efectuado pela APAV conclui que quase quatro em cada dez estabelecimentos comerciais (38 por cento) foram alvo de delitos durante o ano 2001, sobretudo furtos, sendo que 43,5 por cento foram-no em anos anteirores.
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Tendo por base um "inquérito de vitimação a comerciantes da Área Metropolitana de Lisboa", o estudo efectuado pela APAV conclui que quase quatro em cada dez estabelecimentos comerciais (38 por cento) foram alvo de delitos durante o ano 2001, sobretudo furtos, sendo que 43,5 por cento foram-no em anos anteirores.
Mais de 70 por cento dos estabelecimentos tinham sistemas de segurança, como alarmes, no entanto, a maioria dos furtos ocorreu durante o período da tarde, nas horas de maior movimento de clientes.
No que respeita a assaltos, verificou-se um crescimento do número de participações à polícia (77,8 por cento) e as ocorrências tiveram lugar sobretudo de madrugada.
Quase todos os casos de danos em estabelecimentos comerciais foram participados às autoridades.
Contrariamente, as ameaças proferidas em estabelecimentos comerciais não motivaram uma única participação à polícia, essencialmente por receio de represálias, sendo que em 66,7 por cento dos casos, as vítimas admitiram ter ficado muito perturbadas.
Um terço destas teve que receber "apoio de instituições especializadas após a ocorrência do delito", indica ainda o estudo.
As injúrias são o tipo de delito que registam maior proporção de autores do sexo feminino (37,5 por cento), e mais de 80 por cento dos casos não são relatados à polícia, não só pela sua pequena importância mas também pela percepção de que nada há a fazer.
Nestes casos, um quarto das vítimas afirmou conhecer os autores das injúrias, "revelando que este tipo de crime pode frequentemente resultar de conflitos ou desavenças com os vizinhos".
A maioria dos comerciantes inquiridos pensa que o bairro onde se insere o estabelecimento comercial é seguro durante o dia, mas inseguro no período nocturno, considerando 50 por cento que a criminalidade no bairro aumentou.
No que se refere à AML, 81 por cento dos comerciantes entendem que houve um aumento de criminalidade.
As principais fontes de informação sobre os delitos cometidos no bairro do estabelecimento, e tal como para a população em geral, são os vizinhos, surgindo logo de seguida os jornais e, a pouca distância, os clientes.
O estudo foi feito com base em entrevista directa, feita por voluntários da APAV em 21 estabelecimentos comerciais registados na AML. O trabalho de campo durou dois meses e decorreu entre Maio e Julho de 2002.