Iraque disposto a fornecer detalhes acrescidos à declaração sobre armamento
O anúncio foi feito pelo vice-presidente iraquiano, Taha Yassin Ramadan, que afirmou que Bagdad pretende "assegurar que o relatório é completo".
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O anúncio foi feito pelo vice-presidente iraquiano, Taha Yassin Ramadan, que afirmou que Bagdad pretende "assegurar que o relatório é completo".
Para tal, "o Iraque está disposto a fornecer as clarificações necessárias e, à luz dessas clarificações, o Conselho [de Segurança] dará o seu parecer", indicou o responsável, em declarações à Radio France Internationale. Ramadan referia-se à avaliação que o Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá fazer ao relatório apresentado ontem em Nova Iorque pelo chefe da equipa de inspectores da ONU, Hans Blix.
"O Iraque não dispõe de armas de destruição maciça, já o afirmámos muitas vezes e penso que os EUA estão bem colocados para saberem que assim é", declarou Ramadan, pedindo que o relatório de cerca de doze mil páginas redigido por Bagdad e entregue à ONU seja "examinado com objectividade no Conselho de Segurança, por todos os seus membros".
"Aceitámos o trabalho dos inspectores, que decorre de forma positiva, e isso é uma grande demonstração de boa vontade", sublinhou ainda.
Também Amer Al-Saadi, conselheiro do líder iraquiano, Saddam Hussein, garantiu que ninguém poderá encontrar nada que comprometa o Iraque na declaração sobre o armamento. "Não estamos inquietos. É a outra parte [EUA e Reino Unido] que deve estar inquieta", declarou o responsável, acrescentando que "nada [na declaração] pode ser usado contra" o Iraque.
Por seu lado, o chefe da equipa de inspectores da ONU que se encontra no Iraque desde 27 de Novembro indicou que o relatório entregue por Bagdad contém "poucas informações novas" e ainda que há uma "ausência de provas" no que diz respeito à destruição das armas químicas e biológicas detectadas pelos inspectores antes de saírem do país, em 1998.
Blix sublinhou que a colaboração com as autoridades iraquianas no terreno é positiva e que o "acesso aos locais foi concedido prontamente".
O responsável da Comissão de Monitorização, Verificação e Inspecção das Nações Unidas vai apresentar hoje, juntamente com o director da Agência Internacional de Energia Atómica, Muhammad Al-Baradei, uma primeira análise do documento iraquiano entregue no passado dia 7. A exposição será feita a partir das 17h30 (hora de Lisboa) durante uma reunião do Conselho de Segurança à porta fechada.
Washington e Londres têm aumentado a pressão sobre o Conselho de Segurança, afirmando que a declaração iraquiana contém "omissões".