Ancara diz que posição da UE é "inaceitável"

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Esta manhã, no decorrer de uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, Gul acusou a França de ter influenciado negativamente a decisão dos Quinze numa atitude "profundamente lamentável" de Jacques Chirac.

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Esta manhã, no decorrer de uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, Gul acusou a França de ter influenciado negativamente a decisão dos Quinze numa atitude "profundamente lamentável" de Jacques Chirac.

A decisão da UE está longe de ir ao encontro das aspirações de Ancara que pretendia que fosse anunciada já em Copenhaga uma data definitiva para a abertura das negociações, que, em sua opinião, deveriam começar em 2003 ou no início de 2004 - antes da entrada formal dos dez Estados candidatos que negociam nesta cimeira as suas condições de adesão.

Segundo a imprensa, Chirac terá defendido um adiamento da decisão por dois anos, período no qual devem ser acompanhados de perto os avanços dos critérios de democratização e estabilização da economia de mercado, condições indispensáveis para o início de negociações de adesão.

Segundo informações veiculadas pela imprensa, Chirac terá mesmo acusado Ancara de ter tentado "chantagear" a UE, ligando as suas perspectivas de adesão à assinatura de um acordo proposto pela ONU que visa reunificar a parte grega e turca da ilha de Chipre. No entanto, os Quinze têm vindo a sublinhar que mesmo que as partes não cheguem hoje a um consenso, a UE está disponível para aceitar a entrada da parte cipriota-grega, a única reconhecida internacionalmente e com quem os Quinze iniciaram negociações, há três anos.

"Lamento profundamente que Chirac tenha influenciado a reunião", afirmou o primeiro-ministro turco ao seu homólogo britânico. "Esta decisão [da UE] é impossível de aceitar", terá dito ainda Gul. "Trata-se de uma profunda discriminação e isto significa que o que temos vindo a fazer não foi apreciado", concluiu.