Conselho Português de Refugiados debate política europeia de asilo

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O número de requerentes de asilo no território da UE diminuiu cerca de 50 por cento na última década Paulo Novais/Lusa

Fazer o balanço e delinear as perspectivas da política europeia de asilo é o objectivo deste V Congresso do CPR, que hoje debaterá as implicações da política integrada de segurança europeia e a compatibilização das medidas antiterroristas à escala internacional com a salvaguarda dos direitos humanos e a protecção dos refugiados.

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Fazer o balanço e delinear as perspectivas da política europeia de asilo é o objectivo deste V Congresso do CPR, que hoje debaterá as implicações da política integrada de segurança europeia e a compatibilização das medidas antiterroristas à escala internacional com a salvaguarda dos direitos humanos e a protecção dos refugiados.

Amanhã, com a colaboração do movimento Espanha com ACNUR e do Grupo de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, serão abordados modelos de pacificação e reconciliação pós-conflito, dando especial atenção ao caso de Timor-Leste.

Este congresso contará com a participação de vários especialistas nacionais e estrangeiros, como José Azeredo Lopes, professor da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Porto; Jean François Durieux, representante do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados); Pascal Boniface, director do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas francês; Jean Ziegler, sociólogo e político suíço; e Almiro Rodrigues, auditor jurídico do Ministério da Justiça.

O Presidente da República, Jorge Sampaio, presidirá à sessão solene de abertura do Congresso, que contará ainda com a presença do ministro da Administração Interna, António Figueiredo Lopes, e com o presidente do conselho de administração da fundação Gulbenkian, Emílio Rui Vilar.

União Europeia recebe cada vez menos asilados

O número de requerentes de asilo no território da União Europeia (UE) diminuiu cerca de 50 por cento na última década, ao mesmo tempo que a legislação tem vindo a caminhar no sentido de se tornar mais restritiva.

"Em 1992, foram apresentados nos países da UE 675.455 pedidos de asilo, enquanto até ao final de 2001 o número de pedidos feito foi de 391.275", disse à Lusa Constança Urbano de Sousa, jurista portuguesa que integra a Rede Académica de Estudos Jurídicos sobre Imigração e Asilo na Europa, coordenada pela Universidade Livre de Bruxelas em cooperação com a Universidade Autónoma de Lisboa.

Segundo a especialista, as legislações dos países comunitários têm vindo, em termos gerais, a tornar-se mais restritivas, ao consagrarem "conceitos novos que implicam a inadmissibilidade de direito de asilo" ou "outros mecanismos ligados à política de imigração".

O CPR é uma organização não governamental criada em 1991 com o objectivo de apoiar os refugiados, asilados, apátridas e minorias étnicas. Representa o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Portugal desde 1998. O seu papel foi reconhecido na legislação portuguesa na Lei do Asilo (Lei 15/98, de 26 de Março).