Revisitação do mito de Pigmalião e Frankenstein
Há mais pretensiosismo do que uma presumível crítica a Hollywood em "Simone". Andrew Niccol, realizador de "Gattaca", parte do princípio que tem um complicado jogo mental em mãos sobre realidade e representação (não andamos muito longe de "Truman Show", de que Niccol foi argumentista), verdade e logro: um realizador "has been" (Al Pacino - ver texto nestas páginas) regressa ao topo de carreira quando começa a filmar com uma actriz virtual, que se torna no maior fenómeno mediático dos últimos tempos. A ironia, nesta pouco inspirada revisitação do mito de Pigmalião e Frankenstein, é só esta, afinal: partindo em busca da verdade (porque as actrizes já não são o que eram, "hélàs"), Pacino acaba por pregar a maior mentira de todas... Não é o filme de um "outsider", é o filme de um cúmplice.
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Há mais pretensiosismo do que uma presumível crítica a Hollywood em "Simone". Andrew Niccol, realizador de "Gattaca", parte do princípio que tem um complicado jogo mental em mãos sobre realidade e representação (não andamos muito longe de "Truman Show", de que Niccol foi argumentista), verdade e logro: um realizador "has been" (Al Pacino - ver texto nestas páginas) regressa ao topo de carreira quando começa a filmar com uma actriz virtual, que se torna no maior fenómeno mediático dos últimos tempos. A ironia, nesta pouco inspirada revisitação do mito de Pigmalião e Frankenstein, é só esta, afinal: partindo em busca da verdade (porque as actrizes já não são o que eram, "hélàs"), Pacino acaba por pregar a maior mentira de todas... Não é o filme de um "outsider", é o filme de um cúmplice.