Memórias da Revolução de Abril de Vasco Gonçalves lançadas em livro
Nesta obra, apresentada em forma de entrevista, Vasco Gonçalves apresenta justificações para o que se passou na Revolução de Abril, o culminar do sonho da sua vida. "Não imagino o que seria a minha vida se não tivesse participado no 25 de Abril! (...) Estava a levar à prática ideias que abracei ao longo de toda a minha vida", confessa.
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Nesta obra, apresentada em forma de entrevista, Vasco Gonçalves apresenta justificações para o que se passou na Revolução de Abril, o culminar do sonho da sua vida. "Não imagino o que seria a minha vida se não tivesse participado no 25 de Abril! (...) Estava a levar à prática ideias que abracei ao longo de toda a minha vida", confessa.
Uma das principais preocupações de Vasco Gonçalves era encontrar uma solução para a guerra colonial, sempre com o objectivo de tornar o golpe militar numa verdadeira revolução socialista. Tinha ao seu lado Melo Antunes, mas foi exactamente com ele que acabou por ter o primeiro confronto ideológico que levou à demissão do V Governo Provisório. As lembranças deste momento provocam-lhe um misto de alegria e tristeza. Alegria por ter sido o Governo mais revolucionário na história de Portugal. Tristeza por ter durado pouco tempo.
Não é, no entanto, a Melo Antunes que atribui as culpas do seu afastamento do Governo, mas ao PS e consequentemente ao seu secretário-geral de então, Mário Soares.
Acredita apenas ter cometido um pequeno erro durante esse período: acreditar que seria possível mudar as mentalidades em tão pouco tempo. Vasco Gonçalves lembra que os militares que fizeram o golpe militar do 25 de Abril eram maioritariamente oriundos da pequena burguesia e dificilmente se identificavam com os interesses dos trabalhadores e tiveram dificuldade em aceitar as suas ideias.
Concluiu também que não procurou durante a sua vida servir apenas o PCP, mas essencialmente os direitos dos trabalhadores e o respeito pelo ser humano.