Acidente em Three Mile Island não aumentou a incidência de cancro

Erros humanos e problemas técnicos estiveram na origem do mau funcionamento do sistema de arrefecimento da unidade 2 desta central, o que provocou uma fuga de radioactividade que atingiu seis operários. Receou-se, desde então, que essa fuga fizesse subir os casos de cancro.

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Erros humanos e problemas técnicos estiveram na origem do mau funcionamento do sistema de arrefecimento da unidade 2 desta central, o que provocou uma fuga de radioactividade que atingiu seis operários. Receou-se, desde então, que essa fuga fizesse subir os casos de cancro.

O Departamento de Saúde da Pensilvânia efectuou agora este estudo, que incidiu sobre os habitantes em torno da central, num raio de oito quilómetros. O número total de mortes por cancro entre as população exposta aos gases não é significativamente diferente da população em geral. Há muitos tipos de cancro relacionados com a radioactividade, como o da tiróide, mas na população em torno de Three Mile Island só se registou um caso.

O Departamento de Saúde da Pensilvânia refere que a radiação a que os habitantes foram expostos no acidente é inferior ao limite anual de segurança recomendado para os funcionários da central. "O estudo, que cobre o período normal de latência para muitos cancros, confirma as nossas anteriores estimativas de que a radioactividade libertada no acidente de Three Mile Island não parece ter causado um aumento global nas mortes por cancro entre os habitantes dessa área, entre 1979 e 1998", disse, segundo a BBC Online, Evelyn Talbot, da Universidade de Pittsburgh, que coordenou a investigação.

No entanto, os níveis a longo prazo de níveis baixos de radioactividade ainda não estão bem estudados. E, apesar das conclusões deste estudo, outras análises têm indicado uma tendência para o aumento do cancro da mama, relacionando-o com a fuga de radioactividade de 1979.