Cria de roaz nasceu há dois dias no Estuário do Sado

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Esta população de roazes residentes é única no país e uma das quatro na Europa António Cotrim/Lusa

Carlos Silva, vigilante da Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES), revelou-se apreensivo quanto às hipóteses de sobrevivência da cria, dado que o peso normal situa-se entre os 18 e os 25 quilos.

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Carlos Silva, vigilante da Reserva Natural do Estuário do Sado (RNES), revelou-se apreensivo quanto às hipóteses de sobrevivência da cria, dado que o peso normal situa-se entre os 18 e os 25 quilos.

A população do Roaz Corvineiro (Tursiops truncatus), nome da espécie de golfinhos do Sado, está a diminuir e, a manterem-se os níveis de poluição das águas, a tendência é para a população continuar a decrescer. "Se nada for feito, a tendência é para o decréscimo", frisou o director da RNES, Celso Santos.

Esta população de roazes residentes é única no país e uma das quatro na Europa. Para além do Estuário do Sado, é na ilha da Sardenha, em Itália; em Moray Firth, na Escócia; e na baía de Cardigan, no País de Gales, que vivem populações sedentárias destes animais.

Até à década de 60, existia uma população residente no Estuário do Tejo, que desapareceu devido ao aumento do tráfego marítimo, à poluição industrial e à falta de alimento

Quando há nove anos a RNES começou a acompanhar os golfinhos havia no estuário 44 animais. No entanto, "a mortalidade infantil é elevada". "Morrem os mais novos, assistindo-se ao envelhecimento da população", salientou Celso Santos. Só no ano passado morreram duas crias, além de um adulto.

A RNES não tem dúvidas de que a principal causa de morte dos golfinhos no Sado é a poluição provocada pelos esgotos domésticos, industriais e agrícolas, dragagens e lavagens clandestinas de tanques de navios.

Até ao final do ano, a RNES conta arrancar com um programa de monitorização e correcção dos níveis de poluição, tendo solicitado a realização de uma auditoria ambiental às empresas poluidoras.