Surpreendentemente sóbrio
Adrian Lyne está mais contido, "Infiel" é um filme surpreendentemente sóbrio (limpo, ou quase, quer do exibicionismo gratuito quer do oportunismo de filmes como os famigerados "Nove Semanas e Meia" e "Atracção Fatal") e razoavelmente visível durante a primeira metade (quando se centra quase exclusivamente na personagem de Diane Lane, deixando o marido, Richard Gere, na sombra). Depois, Lyne perde o pé, a partir do momento em que Gere mata o amante da mulher entra-se em rota de desculpabilização e arrependimento, a família volta a ser o valor fundamental a preservar. O que parecia ser a crónica de uma imparável corrosão doméstica passa a ser o seu contrário, e se o plano final (o jipe do casal, parado defronte de uma esquadra da polícia) é enigmático o mínimo que se pode dizer é que chega tarde. Refira-se ainda que "Infiel" é um remake de "A Mulher Infiel", de Claude Chabrol, e fazem muita falta o cinismo e a ambivalência moral do original.
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Adrian Lyne está mais contido, "Infiel" é um filme surpreendentemente sóbrio (limpo, ou quase, quer do exibicionismo gratuito quer do oportunismo de filmes como os famigerados "Nove Semanas e Meia" e "Atracção Fatal") e razoavelmente visível durante a primeira metade (quando se centra quase exclusivamente na personagem de Diane Lane, deixando o marido, Richard Gere, na sombra). Depois, Lyne perde o pé, a partir do momento em que Gere mata o amante da mulher entra-se em rota de desculpabilização e arrependimento, a família volta a ser o valor fundamental a preservar. O que parecia ser a crónica de uma imparável corrosão doméstica passa a ser o seu contrário, e se o plano final (o jipe do casal, parado defronte de uma esquadra da polícia) é enigmático o mínimo que se pode dizer é que chega tarde. Refira-se ainda que "Infiel" é um remake de "A Mulher Infiel", de Claude Chabrol, e fazem muita falta o cinismo e a ambivalência moral do original.