Funeral de jovem da Bela Vista decorreu sem incidentes
A última homenagem ao jovem português de origem cabo-verdiana, conhecido por Toni, começou com um cântico adaptado de um espiritual negro norte-americano. "É um cântico feito pelos negros norte-americanos quando lutavam pela sua libertação e dignidade", explicou o padre Constantino, que por várias vezes insistiu na necessidade de existir um clima de paz entre os habitantes do bairro e de respeito pela missão das forças de segurança.
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A última homenagem ao jovem português de origem cabo-verdiana, conhecido por Toni, começou com um cântico adaptado de um espiritual negro norte-americano. "É um cântico feito pelos negros norte-americanos quando lutavam pela sua libertação e dignidade", explicou o padre Constantino, que por várias vezes insistiu na necessidade de existir um clima de paz entre os habitantes do bairro e de respeito pela missão das forças de segurança.
Depois da liturgia, o cortejo, no qual participaram algumas personalidades políticas, seguiu para o cemitério de Algeruz.
Os apelos à calma e à não violência por parte da polícia e das associações do bairro sortiram efeito, não se tendo verificado qualquer incidente durante todo o funeral.
No final, o presidente da Associação Cabo-verdiana de Setúbal, Tomé Rodrigues, saudou a forma pacífica como decorreu o funeral e subscreveu os apelos deixados pelo pároco local.
A Câmara Muncipal de Setúbal fez-se representar no funeral pelo vereador Eusébio Candeias, que se solidarizou com a família do jovem e prometeu o empenho da autarquia nos contactos com as organizações locais, para que situações destas não se voltem a repetir.
Igualmente presentes no funeral, os representantes do Bloco de Esquerda Fernando Rosas e Luís Fazenda reafirmaram as críticas à intervenção policial. Para Fernando Rosas, tratou-se de "um assassinato de um jovem activista pela integração social, que vai fazer muita falta à população do bairro".
O jovem foi mortalmente atingido por um agente da PSP que tentava pôr cobro a uma briga entre vários jovens daquele bairro. Amigos do Toni que se encontravam no local garantiram que o jovem pretendia apenas acalmar os ânimos e que não estava armado. Contrariando esta versão, o Comando da PSP de Setúbal afirma que o agente disparou para evitar que Toni atingisse com uma garrafa partida outro polícia.