Exploração ilegal de madeira ameaça estabilidade económica e ecológica asiática
Em apenas 50 anos, a área total de florestas na Indonésia caiu de 162 milhões de hectares para 98 milhões. Segundo os investigadores, as florestas tropicais de Sumatra poderão desaparecer em 2005 se o ritmo actual de abates ilegais continuar.
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Em apenas 50 anos, a área total de florestas na Indonésia caiu de 162 milhões de hectares para 98 milhões. Segundo os investigadores, as florestas tropicais de Sumatra poderão desaparecer em 2005 se o ritmo actual de abates ilegais continuar.
"Só a exploração ilegal destruiu dez milhões de hectares das ricas florestas da Indonésia, uma área do tamanho do estado da Virgínia, nos Estados Unidos", segundo o comunicado do Earth Policy Institute.
As Filipinas já tiveram 16 milhões de hectares de florestas, mas actualmente têm menos de 700 mil hectares. Neste país, vítima da exploração ilegal, a desflorestação é apontada como a causa de inundações, graves faltas de água, erosão do solo e aluimentos de terras.
Em 1989, a Tailândia proibiu a exploração madeireira nas suas florestas em resposta às inundações devastadoras e aluimentos que causaram a morte a 400 pessoas no ano anterior.
Na China as inundações do rio Yangtze de 1998 estão ligadas directamente à destruição de 85 por cento do coberto arbóreo da sua bacia. Por isso, as autoridades chinesas lançaram uma campanha de reflorestação dos rios Amarelo e Yangtze.
Segundo a Organização Internacional de Madeira Tropical, a China vai tornar-se, nos próximos anos, no maior importador de madeira do mundo, à frente dos Estados Unidos e Japão, cujas importações já destruiram as florestas tropicais das Filipinas e Bornéu.
Enquanto o mercado madeireiro da Ásia já esgotou os recursos naturais um pouco por todo o continente, as importações de África continuam a aumentar. De 1993 a 1999, a Europa importou 40 por cento das madeiras da África central.
A desflorestação ilegal atinge ainda o Brasil (onde se estima que 80 por cento da exploração seja ilegal), o México (com perdas de um milhão de hectares por ano) e a Etiópia (onde em 40 anos, dos 40 milhões de hectares apenas existem 2,7 milhões).
Os oito principais países industrializados mais o resto da União Europeia compram, anualmente, 280 milhões de metros cúbicos de madeira e produtos derivados, representando 74 por cento das importações mundiais. A maior parte desta madeira é oriunda de países onde o abate ilegal é a norma.
O Earth Policy Institute aconselha aos países importadores a exigência de certificação da madeira, segundo padrões ambientais e sociais internacionalmente reconhecidos, como o Forest Stewardship Council.