Durão Barroso diz que socialistas "deixaram Portugal de tanga"

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Barroso culpa o anterior Governo pelo actual estado das contas públicas Inácio Rosa/Lusa

O primeiro-ministro culpou o anterior Governo pelo actual estado das contas públicas, revelando que a derrapagem em 2001 foi de 450 milhões de contos (2244 milhões de euros), um valor suficientemente preocupante para "se tomar medidas de contenção na despesa pública" e de não se poder aplicar, de imediato, a redução de impostos, tal como foi prometido durante a campanha eleitoral para as legislativas de Março.

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O primeiro-ministro culpou o anterior Governo pelo actual estado das contas públicas, revelando que a derrapagem em 2001 foi de 450 milhões de contos (2244 milhões de euros), um valor suficientemente preocupante para "se tomar medidas de contenção na despesa pública" e de não se poder aplicar, de imediato, a redução de impostos, tal como foi prometido durante a campanha eleitoral para as legislativas de Março.

Durão Barroso prometeu, na altura, a redução dos encargos fiscais para as famílias se recebesse o voto dos portugueses.

Hoje, o primeiro-ministro explicou que apenas poderá aplicar essa medida depois de endireitar as contas do Estado e alinhar num padrão de contenção e racionalidade dos dinheiros públicos. Depois de isso acontecer, Durão Barroso promete avançar com a proposta de redução do IRS dos actuais 30 para 20 por cento.

O primeiro-ministro disse que as declarações de Ferro Rodrigues, que interveio após o discurso de Durão Barroso, "são extraordinárias". "É um desaforo esta falta de solidariedade de uma bancada parlamentar cujo partido sustentou o anterior Governo e foi responsável pelo descalabro nas contas públicas. Esperava humildade da sua bancada para reconhecer os erros do passado", frisou o primeiro-ministro.

Durante a campanha eleitoral, o PS prometeu pactos de regime para estabilizar as contas públicas. Agora, diz Durão Barroso, parece que os socialistas se esqueceram dessa promessa e acham que as primeiras medidas agora anunciadas não são coerentes e não representam uma resposta eficaz para o actual momento difícil das contas do Estado.

"Ao contrário do que aconteceu com a anterior governação, que não soube tomar decisões, nós iremos tomar medidas", declarou o primeiro-ministro.

Ferro Rodrigues respondeu, em nome da sua bancada, para afirmar que a "sua linguagem [de Durão Barroso] não é própria de um primeiro-ministro de Portugal", aludindo à frase "Os senhores deixaram Portugal de tanga".