Médicos sauditas realizaram primeiro transplante de útero
A paciente, de 26 anos, foi operada há dois anos com sucesso, apesar de 99 dias depois o útero ter sido removido porque surgiram complicações relacionadas com coágulos no sangue.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A paciente, de 26 anos, foi operada há dois anos com sucesso, apesar de 99 dias depois o útero ter sido removido porque surgiram complicações relacionadas com coágulos no sangue.
O médico Wafa Fageeh, que liderou a equipa, explica que a técnica usada no hospital de Jeddah pode ser um tratamento útil no futuro para dezenas de milhares de mulheres com problemas de infertilidade. "Mais ensaios clínicos e o desenvolvimento das técnicas cirúrgicas podem tornar o transplante uterino útil no tratamento da infertilidade, especialmente em comunidades em que o conceito de 'barriga de aluguer' é inaceitável de um ponto de vista religioso ou ético", postula Fageeh.
Se, por um lado, a comunidade médica recebeu com agrado a novidade, um perito britânico em fertilidade, Robert Winston, tem uma opinião diferente. Em declarações à Radio BBC, Winston questiona a validade da operação, descrevendo-a como um total falhanço e um perigo: "A coagulação do sangue é exactamente o que se devia esperar e é o que aconteceu em todas as experiências em animais".
A paciente recebeu o útero de uma mulher 20 anos mais velha, que na sequência de uma cesariana teve uma forte hemorragia e teve de ficar sem o órgão. Segundo o responsável pela cirurgia, o útero transplantado reagiu bem e a mulher que o recebeu chegou a ter duas menstruações normais antes de lhe ser retirado o órgão.