"Apagão" brasileiro acaba em Março depois de oito meses de restrições energéticas
O anúncio foi feito ontem, em Brasília, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso que elogiou os brasileiros por terem conseguido "trocar o racionamento obrigatório pela economia voluntária de energia".
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O anúncio foi feito ontem, em Brasília, pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso que elogiou os brasileiros por terem conseguido "trocar o racionamento obrigatório pela economia voluntária de energia".
"Você apagou a luz e iluminou o país", disse Henrique Cardoso numa intervenção televisiva em que anunciou o fim do "apagão".
O ministro Pedro Parente, que preside à Câmara de Gestão da Crise Energética afirmou, por seu turno, que não se prevêm mais cortes de energia até ao final de 2003, uma vez que os reservatórios e barragens estão de novo com água suficiente para as centrais do país.
As restrições de energia afectaram as regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil, país com 170 milhões de habitantes e uma superfície de 8,5 milhões de quilómetros quadrados.
As restrições impostas em Julho de 2001 levaram ao corte de 20 por cento de energia para a indústria e residências mas não afectaram a produtividade do Brasil, que mantém as previsões de crescimento para 2002 inalteradas.
Durante os oito meses de racionamento foram estabelecidas quotas de consumo para residências, escritórios e fábricas, que caso não fossem cumpridas, levariam à aplicação de pesadas multas e, em caso de reincidência, ao corte da energia total.
Desde Julho de 2001 que a iluminação nas cidades brasileiras foi reduzida a 50 por cento enquanto que as autoridades davam instruções à população sobre o modo de economizar energia e que passava não só pela redução de consumo, mas também por desligar o ar condicionado, frigoríficos, micro-ondas, máquinas de lavar e outro material eléctrico.
Nos edifícios comerciais e residênciais apenas metade dos elevadores funcionava e corredores e escadas tinham um mínimo de luzes.
Nas ruas, os sinais luminosos, as fachadas dos edifícios, monumentos, restaurantes e montras ficaram às escuras durante oito meses.