Morreu João Carreira Bom (actualização)
Nascido a 13 de Maio de 1944, em Vila Nova de São Bento (Serpa), Carreira Bom dedicou toda a sua vida ao jornalismo, dando os primeiros passos no jornal "O Século", que integrou em 1969, passando depois pela redacção da ANOP, onde chegou a ser chefe-adjunto da "Secção de Política e Forças Armadas". O jornalista Luís Pinheiro de Almeida, que na altura dirigia a secção, lembra Carreira Bom pela "cultura, a formação e a disciplina" e como "um trabalhador incansável, que não abandonava a redacção enquanto não agarrava o osso pelos dentes"."A ele se deve uma expressão que é hoje um cliché do jornalismo: '....a que a ANOP teve acesso', '...a que a Lusa teve acesso'. Essa é hoje uma muleta muito utilizada e que foi ele que a criou", relembrou o jormalista à Lusa.
Após a passagem pela ANOP, Carreira Bom esteve nas redacções da revista "Sábado" e do semanário "Expresso", onde manteve um artigo de opinião na última página da "Revista", até ser afastado pelo proprietário do jornal, Francisco Pinto Balsemão.
José António Saraiva, director do "Expresso", refere o ex-jornalista "era uma pessoa com um olhar sobre a realidade às vezes cruel, sempre sarcástico".
Em 1970 recebe o Prémio João Pereira Rosa de reportagem, em conjunto com outros jornalistas do "Século", e em 1981 foi-lhe atribuída a menção especial do júri do Prémio "Cabannes", pela Agência France Presse à "Melhor Reportagem Internacional do Ano", de novo um trabalho com outros jornalistas, desta vez da ANOP. O prémio Gazeta da Crónica, pelo Clube de Jornalistas, chegaria em 1994.
A partir de 16 de Novembro de 1997, Carreira Bom assina uma coluna às sextas-feiras no "Diário de Notícias", a par da sua actividade empresarial na sua agência de comunicação e imagem.
A sua passagem no diário é lembrada pelo seu director, Mário Bettencourt Resendes, que lamenta "a perda de um grande intelectual e de um espírito livre". "O DN perdeu um colaborador de primeira linha e eu um grande amigo, cujos conselhos e sugestões constituíram sempre um poderoso auxiliar para este jornal", afirmou Bettencourt Resendes.
O corpo de João Carreira Bom está em câmara ardente na Capela das Furnas (Sete Rios, Lisboa) e o funeral realiza-se amanhã, saindo às 17h00 para o cemitério de Benfica.
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Nascido a 13 de Maio de 1944, em Vila Nova de São Bento (Serpa), Carreira Bom dedicou toda a sua vida ao jornalismo, dando os primeiros passos no jornal "O Século", que integrou em 1969, passando depois pela redacção da ANOP, onde chegou a ser chefe-adjunto da "Secção de Política e Forças Armadas". O jornalista Luís Pinheiro de Almeida, que na altura dirigia a secção, lembra Carreira Bom pela "cultura, a formação e a disciplina" e como "um trabalhador incansável, que não abandonava a redacção enquanto não agarrava o osso pelos dentes"."A ele se deve uma expressão que é hoje um cliché do jornalismo: '....a que a ANOP teve acesso', '...a que a Lusa teve acesso'. Essa é hoje uma muleta muito utilizada e que foi ele que a criou", relembrou o jormalista à Lusa.
Após a passagem pela ANOP, Carreira Bom esteve nas redacções da revista "Sábado" e do semanário "Expresso", onde manteve um artigo de opinião na última página da "Revista", até ser afastado pelo proprietário do jornal, Francisco Pinto Balsemão.
José António Saraiva, director do "Expresso", refere o ex-jornalista "era uma pessoa com um olhar sobre a realidade às vezes cruel, sempre sarcástico".
Em 1970 recebe o Prémio João Pereira Rosa de reportagem, em conjunto com outros jornalistas do "Século", e em 1981 foi-lhe atribuída a menção especial do júri do Prémio "Cabannes", pela Agência France Presse à "Melhor Reportagem Internacional do Ano", de novo um trabalho com outros jornalistas, desta vez da ANOP. O prémio Gazeta da Crónica, pelo Clube de Jornalistas, chegaria em 1994.
A partir de 16 de Novembro de 1997, Carreira Bom assina uma coluna às sextas-feiras no "Diário de Notícias", a par da sua actividade empresarial na sua agência de comunicação e imagem.
A sua passagem no diário é lembrada pelo seu director, Mário Bettencourt Resendes, que lamenta "a perda de um grande intelectual e de um espírito livre". "O DN perdeu um colaborador de primeira linha e eu um grande amigo, cujos conselhos e sugestões constituíram sempre um poderoso auxiliar para este jornal", afirmou Bettencourt Resendes.
O corpo de João Carreira Bom está em câmara ardente na Capela das Furnas (Sete Rios, Lisboa) e o funeral realiza-se amanhã, saindo às 17h00 para o cemitério de Benfica.