Um filme inacreditável

"A Bomba" é um filme inacreditável, tal como é difícil de crer que alguém (incluindo os responsáveis pela sua concepção) possa achar algum motivo para rir nesta sucessão de gags falhados e piadas sem piada. Pretendia-se "sátira" mas o que se obteve foi um conjunto de caricaturas grosseiras, pesadas e boçais: o mundo de "A Bomba" reduz-se a um lugar povoado por atrasados mentais, e todo o "humor" nasce da criação, no espectador, de um sentimento de superioridade face às personagens - o espectador é suposto rir-se porque "estes gajos são mesmo estúpidos", sejam os gajos terroristas, polícias, jornalistas ou políticos. É dizer o mesmo sobre a consideração que "A Bomba" tem pelos seus espectadores, e perante tão pedestre ideia de riso e de comédia (que torna irrelevante saber se há aqui algum talento) não há muito a fazer nem mais a dizer. A não ser que esta "bomba" rebenta mesmo e ninguém se salva- nem os perpetradores nem as vítimas inocentes que, neste caso, são alguns dos actores.

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"A Bomba" é um filme inacreditável, tal como é difícil de crer que alguém (incluindo os responsáveis pela sua concepção) possa achar algum motivo para rir nesta sucessão de gags falhados e piadas sem piada. Pretendia-se "sátira" mas o que se obteve foi um conjunto de caricaturas grosseiras, pesadas e boçais: o mundo de "A Bomba" reduz-se a um lugar povoado por atrasados mentais, e todo o "humor" nasce da criação, no espectador, de um sentimento de superioridade face às personagens - o espectador é suposto rir-se porque "estes gajos são mesmo estúpidos", sejam os gajos terroristas, polícias, jornalistas ou políticos. É dizer o mesmo sobre a consideração que "A Bomba" tem pelos seus espectadores, e perante tão pedestre ideia de riso e de comédia (que torna irrelevante saber se há aqui algum talento) não há muito a fazer nem mais a dizer. A não ser que esta "bomba" rebenta mesmo e ninguém se salva- nem os perpetradores nem as vítimas inocentes que, neste caso, são alguns dos actores.