Marlene Dietrich nasceu há cem anos
A evocação do primeiro centenário daquela que se tornaria numa das divas do cinema mundial tem sido tema para novas revelações sobre a sua vida e carreira - que a RTP2 vem, aliás, assinalando, na sua rubrica "Cinco Noites Cinco Filmes" -, nomeadamente quanto às circunstâncias da sua morte, acontecida, aparentemente, por causas naturais, a 6 de Maio de 1992, num apartamento na Rue Montaigne, no centro de Paris, na sequência de uma assumida reclusão de mais de uma dezena de anos. Em declarações recentes à AFP, a amiga e confidente dos últimos anos de Marlene, Norma Bosquet, afirmou que a actriz "morreu devido a uma 'overdose' de soníferos", a que sobreveio uma hemorragia cerebral. E acrescenta que a actriz "não devia ter ficado no apartamento, devia ter ido para um lar, mas nunca o quis". Certamente muitas outras "revelações" irão surgir ainda sobre os últimos (e obscuros) anos da vida de Marlene - que depois do ocaso da sua carreira cinematográfica se impôs ainda como estrela do "music-hall", entre os palcos de Las Vegas e da Broadway. Mas o que ficará incólume será a importância da sua filmografia, principalmente aquela a que deu corpo e rosto na década de 30, ao lado do seu realizador-pigmalião, Joseph von Sternberg, entre o filme que a revelou, ainda na Alemanha, "O Anjo Azul" (1930), e "The Devil is a Woman" (1935), já na América.
Muitos outros grandes realizadores puderam também contar com a presença electrizante de Marlene, como Ernst Lubitsch ("Angel", 1937), Alfred Hitchcock ("Stage Fright", 1950), Fritz Lang ("Rancho Notorius", 1952) ou Stanley Kramer (com o trabalho de certo modo "confessional" da actriz, "O Julgamento de Nuremberga", 1961). Com este seu filme, Dietrich pôde, de certo modo, fazer um "ajuste de contas" com o seu país, dominado pela barbárie nazi, a que se opôs desde o início - recusou por várias vezes corresponder ao apelo de Goebbels, que em 1934 lhe "ordenou" que regressasse "à pátria para retomar o seu papel histórico de ícone da indústria cinematográfica alemã". Em resposta, Marlene decidiu naturalizar-se americana e combater na frente da batalha pelos Aliados contra o nazismo.
Depois de um regresso episódico - e não totalmente pacífico - à Alemanha, em 1960, Marlene Dietrich pôde finalmente repousar na sua terra natal na sequência da sua morte, em 1992. Está sepultada no cemitério de Friedenau, no bairro berlinense de Schöneberg, ao lado de sua mãe. No seu túmulo pode ler-se: "Estou aqui na fronteira da minha vida". O presidente alemão, Johannes Rau, presta-lhe hoje aí homenagem. A evocação da diva continuará depois com uma exposição no Museu do Filme e espectáculos de teatro e music-hall em salas berlinenses.
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A evocação do primeiro centenário daquela que se tornaria numa das divas do cinema mundial tem sido tema para novas revelações sobre a sua vida e carreira - que a RTP2 vem, aliás, assinalando, na sua rubrica "Cinco Noites Cinco Filmes" -, nomeadamente quanto às circunstâncias da sua morte, acontecida, aparentemente, por causas naturais, a 6 de Maio de 1992, num apartamento na Rue Montaigne, no centro de Paris, na sequência de uma assumida reclusão de mais de uma dezena de anos. Em declarações recentes à AFP, a amiga e confidente dos últimos anos de Marlene, Norma Bosquet, afirmou que a actriz "morreu devido a uma 'overdose' de soníferos", a que sobreveio uma hemorragia cerebral. E acrescenta que a actriz "não devia ter ficado no apartamento, devia ter ido para um lar, mas nunca o quis". Certamente muitas outras "revelações" irão surgir ainda sobre os últimos (e obscuros) anos da vida de Marlene - que depois do ocaso da sua carreira cinematográfica se impôs ainda como estrela do "music-hall", entre os palcos de Las Vegas e da Broadway. Mas o que ficará incólume será a importância da sua filmografia, principalmente aquela a que deu corpo e rosto na década de 30, ao lado do seu realizador-pigmalião, Joseph von Sternberg, entre o filme que a revelou, ainda na Alemanha, "O Anjo Azul" (1930), e "The Devil is a Woman" (1935), já na América.
Muitos outros grandes realizadores puderam também contar com a presença electrizante de Marlene, como Ernst Lubitsch ("Angel", 1937), Alfred Hitchcock ("Stage Fright", 1950), Fritz Lang ("Rancho Notorius", 1952) ou Stanley Kramer (com o trabalho de certo modo "confessional" da actriz, "O Julgamento de Nuremberga", 1961). Com este seu filme, Dietrich pôde, de certo modo, fazer um "ajuste de contas" com o seu país, dominado pela barbárie nazi, a que se opôs desde o início - recusou por várias vezes corresponder ao apelo de Goebbels, que em 1934 lhe "ordenou" que regressasse "à pátria para retomar o seu papel histórico de ícone da indústria cinematográfica alemã". Em resposta, Marlene decidiu naturalizar-se americana e combater na frente da batalha pelos Aliados contra o nazismo.
Depois de um regresso episódico - e não totalmente pacífico - à Alemanha, em 1960, Marlene Dietrich pôde finalmente repousar na sua terra natal na sequência da sua morte, em 1992. Está sepultada no cemitério de Friedenau, no bairro berlinense de Schöneberg, ao lado de sua mãe. No seu túmulo pode ler-se: "Estou aqui na fronteira da minha vida". O presidente alemão, Johannes Rau, presta-lhe hoje aí homenagem. A evocação da diva continuará depois com uma exposição no Museu do Filme e espectáculos de teatro e music-hall em salas berlinenses.