PS sofre hecatombe inesperada
Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Sintra e Cascais. São alguns exemplos que explicam a verdadeira hecatombe do PS, numa noite de sonho para os sociais-democratas que conseguiram fazer aquilo que muitos consideraram impossível: operar uma viragem à direita no xadrez político nacional.Quando Fernando Gomes surgiu diante das câmaras para assumir a derrota no Porto - 38,46 por cento, contra os 42,75 de Rui Rio -, começaram a soar os primeiros sinais de alarme no Largo do Rato. José Luís Arnaut, pelo PSD, clamava por vitória, enquanto as cúpulas socialistas se mantinham silenciosas, um silêncio selado pela reunião que mantiveram durante seis horas para analisar os resultados.
Ainda antes de João Soares assumir a derrota em Lisboa, dando um cunho ainda mais "escandaloso" aos resultados do PS, já Guterres chamava os jornalistas para anunciar a decisão de pedir a demissão a Jorge Sampaio, numa tentativa de fazer face ao "pântano político" que segundo o primeiro-ministro ficou criado com tão expressiva derrota dos socialistas.
Com a festa a sair à rua na capital, Santana Lopes deu uma mão a Durão Barroso e elegeu-o como grande obreiro do triunfo em Lisboa, onde o PSD nunca havia ganho, sem ser em coligação com o CDS-PP.
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Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Sintra e Cascais. São alguns exemplos que explicam a verdadeira hecatombe do PS, numa noite de sonho para os sociais-democratas que conseguiram fazer aquilo que muitos consideraram impossível: operar uma viragem à direita no xadrez político nacional.Quando Fernando Gomes surgiu diante das câmaras para assumir a derrota no Porto - 38,46 por cento, contra os 42,75 de Rui Rio -, começaram a soar os primeiros sinais de alarme no Largo do Rato. José Luís Arnaut, pelo PSD, clamava por vitória, enquanto as cúpulas socialistas se mantinham silenciosas, um silêncio selado pela reunião que mantiveram durante seis horas para analisar os resultados.
Ainda antes de João Soares assumir a derrota em Lisboa, dando um cunho ainda mais "escandaloso" aos resultados do PS, já Guterres chamava os jornalistas para anunciar a decisão de pedir a demissão a Jorge Sampaio, numa tentativa de fazer face ao "pântano político" que segundo o primeiro-ministro ficou criado com tão expressiva derrota dos socialistas.
Com a festa a sair à rua na capital, Santana Lopes deu uma mão a Durão Barroso e elegeu-o como grande obreiro do triunfo em Lisboa, onde o PSD nunca havia ganho, sem ser em coligação com o CDS-PP.
Se para PS e PSD os resultados são de leitura fácil - Guterres falou mesmo de uma vitória "inequívoca" dos sociais-democratas -, já Paulo Portas pareceu não saber muito bem que ilações tirar das autárquicas.Se por um lado considerou que os democratas-cristãos contribuiram para a forte penalização do Governo, por outro não pôde deixar de manifestar uma certa desilusão pelos resultados obtidos pelo partido a nível nacional e, especificamente, em Lisboa. "Uma injustiça", clamou o líder popular, para quem uma leitura mais fria dos resultados ficou guardada para mais tarde.
Com a presidência popular em jogo, e com Manuel Monteiro a espreitar o deslize de Portas, restará saber se o responsável máximo do CDS-PP se contentará com o cargo de vereador - que já garantiu ir ocupar -, desprezando a possibilidade de ir a votos nas legislativas que serão previsivelmente convocadas por Jorge Sampaio.
Aziaga foi também para o PCP esta noite eleitoral. Com as derrotas em bastiões como Loures, Évora e Barreiro, os comunistas viram a sua área de influência reduzir-se substancialmente. Nem mesmo a vitória em Setúbal parece animar as hostes comunistas.
Carlos Carvalhas assumiu a derrota, mas rejeitou quaisquer implicações para a sua liderança à frente do PCP, refugiando-se na especificidade destas eleições.
Não fosse a vitória em Salvaterra de Magos e poder-se-ia dizer que o Bloco de Esquerda passou à margem das primeiras autárquicas da sua curta história de três anos. Aos decepcionantes resultados no Porto, onde João Teixeira Lopes não foi além dos 2,56 por cento - muito aquém da votação nas legislativas -, juntou-se a inglória tentativa de levar Miguel Portas a um lugar na câmara de Lisboa.