Morreu o violinista Isaac Stern
Isaac Stern nasceu em Kreminieczen na Ucrânia em 1920, mas com pouco menos de um ano partiu com família para a Califórnia, nos Estados Unidos. Aos oito anos, começou a aprender a tocar violino e oito anos mais tarde fez a sua primeira apresentação na Orquestra Sinfónica de São Francisco.
Em 1937, com apenas 17 anos, estreou-se no New York Town's Hall e em 1943 entra para o Carnegie Hall, sendo já nesta altura um solista conhecido internacionalmente. Durante 45 anos, foi presidente desta sala, tornando-a num pólo cultural e dando a oportunidade a muitos jovens músicos. Em 1960, quando a câmara local quis deitar abaixo o Carnegie Hall, Stern foi um dos mais fervorosos opositores e conseguiu não só evitar a sua destruição mas também que a sala fosse totalmente restaurada. Nesta sala, com a qual sempre teve uma relação afectiva, Stern participou em mais de 170 concertos.
Stern é também um dos músicos que mais obras gravaram, contando com mais de cem discos gravados, com interpretações de 200 obras de 63 compositores. Quem o conhecia dizia que era uma das pessoas mais generosas, que presenteava todos com o seu amor pelo violino, podendo passar noites inteiras a tocar para os amigos. Um crítico do "New York Times" escreveu também que Stern não era o violinista que o público ouvia, porque ele conseguia ser Haydn, Bach, Bartok e Mozart.
Para a história ficarão certamente dois momentos da carreira do virtuoso do violino: dois concertos em Jerusalém.
Em 1967, depois da Guerra dos Seis Dias, Stern tocou com a Orquestra Filarmónica de Jerusalém, no topo do Monte Scopus, sob a regência do já falecido maestro Leonard Berstein. O concerto serviu depois à realização do filme "Viagem a Jerusalém".
Já em 1991, durante a Guerra do Golfo, Stern regressa a Jerusalém para um outro concerto. As sirenes tocavam a avisar que um ataque poderia estar iminente, mas os espectadores, equipados com máscaras de gás, continuaram a ouvir Stern que não parou de tocar um solo de Bach.
O violinista teve também várias participações na Sétima Arte. Com a banda sonora de "Violinista no Telhado", de Norman Jewison, conquistou um Óscar. Também o documentário "De Mao à Mozart: Isaac Stern na China" conquistou o galardão da Academia para melhor documentário.
Isaac Stern pisou os palcos e encantou um pouco por todo o mundo, à excepção da Alemanha, que apenas visitou em 1999, devido ao Holocausto.
Quando questionado sobre o seu amor pelo violino, Isaac respondia simplesmente: "Não o escolhi. Foi ele que me escolheu".
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Isaac Stern nasceu em Kreminieczen na Ucrânia em 1920, mas com pouco menos de um ano partiu com família para a Califórnia, nos Estados Unidos. Aos oito anos, começou a aprender a tocar violino e oito anos mais tarde fez a sua primeira apresentação na Orquestra Sinfónica de São Francisco.
Em 1937, com apenas 17 anos, estreou-se no New York Town's Hall e em 1943 entra para o Carnegie Hall, sendo já nesta altura um solista conhecido internacionalmente. Durante 45 anos, foi presidente desta sala, tornando-a num pólo cultural e dando a oportunidade a muitos jovens músicos. Em 1960, quando a câmara local quis deitar abaixo o Carnegie Hall, Stern foi um dos mais fervorosos opositores e conseguiu não só evitar a sua destruição mas também que a sala fosse totalmente restaurada. Nesta sala, com a qual sempre teve uma relação afectiva, Stern participou em mais de 170 concertos.
Stern é também um dos músicos que mais obras gravaram, contando com mais de cem discos gravados, com interpretações de 200 obras de 63 compositores. Quem o conhecia dizia que era uma das pessoas mais generosas, que presenteava todos com o seu amor pelo violino, podendo passar noites inteiras a tocar para os amigos. Um crítico do "New York Times" escreveu também que Stern não era o violinista que o público ouvia, porque ele conseguia ser Haydn, Bach, Bartok e Mozart.
Para a história ficarão certamente dois momentos da carreira do virtuoso do violino: dois concertos em Jerusalém.
Em 1967, depois da Guerra dos Seis Dias, Stern tocou com a Orquestra Filarmónica de Jerusalém, no topo do Monte Scopus, sob a regência do já falecido maestro Leonard Berstein. O concerto serviu depois à realização do filme "Viagem a Jerusalém".
Já em 1991, durante a Guerra do Golfo, Stern regressa a Jerusalém para um outro concerto. As sirenes tocavam a avisar que um ataque poderia estar iminente, mas os espectadores, equipados com máscaras de gás, continuaram a ouvir Stern que não parou de tocar um solo de Bach.
O violinista teve também várias participações na Sétima Arte. Com a banda sonora de "Violinista no Telhado", de Norman Jewison, conquistou um Óscar. Também o documentário "De Mao à Mozart: Isaac Stern na China" conquistou o galardão da Academia para melhor documentário.
Isaac Stern pisou os palcos e encantou um pouco por todo o mundo, à excepção da Alemanha, que apenas visitou em 1999, devido ao Holocausto.
Quando questionado sobre o seu amor pelo violino, Isaac respondia simplesmente: "Não o escolhi. Foi ele que me escolheu".