Oposição critica reforma da despesa pública do Governo
O grupo parlamentar socialista foi, aliás, o único a destoar. O deputado socialista Manuel dos Santos disse à Lusa que "a redução do ritmo de crescimento da despesa pública é fundamental" para o país e que as medidas apresentadas "configuram um modelo de intervenção" nesta área.Para Manuel dos Santos, a moderação salarial vai provocar descontentamento, que pode, no entanto, ser atenuado se o programa do Governo "for explicado de forma correcta e pedagógica".
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O grupo parlamentar socialista foi, aliás, o único a destoar. O deputado socialista Manuel dos Santos disse à Lusa que "a redução do ritmo de crescimento da despesa pública é fundamental" para o país e que as medidas apresentadas "configuram um modelo de intervenção" nesta área.Para Manuel dos Santos, a moderação salarial vai provocar descontentamento, que pode, no entanto, ser atenuado se o programa do Governo "for explicado de forma correcta e pedagógica".
Já o CDS/PP acusou o Governo, pela voz de Celeste Cardona, de "total incompetência e negligência" na gestão da despesa pública, sustentando que o programa de reforma nada mais é que "o reconhecimento do fracasso".Celeste Cardona lamenta que o Governo tenha feito um "diagnóstico tardio" da qualidade e eficiência da despesa pública e frisou que muitas das medidas anunciadas já deviam estar em vigor há seis anos.
A deputada popular duvida, ainda, que muitas das medidas previstas no programa "venham a ter aplicação prática", porque não se sabe "quem vai estar para a semana ou daqui a três anos no Governo" e na pasta das Finanças.
Para a coordenadora do CDS/PP para a área económica, ao contrário do que afirma o primeiro-ministro, os portugueses vão "começar já a sentir os efeitos" dos "sucessivos erros" de "quem os enganou".
Do lado comunista, o líder do grupo parlamentar do PCP, Octávio Teixeira, criticou o Governo por ter apresentado um "modelo draconiano de redução da despesa pública" que vai incidir sobretudo sobre os trabalhadores da função pública, não apenas ao nível salarial, mas também no seu acesso à ADSE e no aumento da sua mobilidade.Considerando que estas medidas se destinam apenas a cumprir o pacto de estabilidade de Maastricht, o deputado comunista disse não ter nenhuma dúvida de que as mesmas vão provocar o aumento da agitação social.
"Não se trata de apertar o cinto, mas de apertar as calças e as saias com um fio, e não com um cinto", rematou.
Já para o dirigente do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, o Executivo provou, hoje, que não tem estratégia, reduzindo a sua acção a "medidas casuísticas". "O Governo não sabe o que quer, não sabe o que faz e não faz o que quer", acusou Louçã.Para o responsável bloquista o corte das despesas deve ser feito "onde elas estão erradas", aludindo a empreendimentos como os projectos dos novos estádios para o Euro 2004 e o TGV .
Louçã defendeu a renovação das receitas, referindo que os bancos "têm lucros de um milhão de contos por dia, mas pagam 15 por cento de IRC". Para o dirigente bloquista, a defesa da reforma fiscal deve constituir "a grande prioridade" da governação.
Aguarda-se, entretanto, uma reacção por parte dos dirigentes do PSD. O PUBLICO.PT soube, junto de fontes ligadas aos sociais-democratas, que o líder do PSD, Durão Barroso, irá revelar a posição oficial do partido durante uma conferência de imprensa a realizar até ao final desta tarde.
50 medidas do programa de reforma da despesa pública para o período 2001/2004 Lusa |