CNA alerta para riscos de desligar ajudas de produção agrícola

Foto
A confederação quer que a nova PAC resolva a possibilidade de não cultivo e abandono dos campos DR

Este é um dos "aspectos negativos e preocupantes" que a proposta de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) "não prevê e não resolve", refere um documento hoje divulgado pela confederação, no final de uma reunião da direcção realizada em Coimbra, informa a Lusa.Segundo Roberto Mileu, dirigente da CNA, caso as ajudas sejam "desligadas da função útil e produtiva dos agricultores", estes passam "a ser vistos, ainda mais, como recebedores de subsídios e usufrutuários inúteis dos dinheiros comunitários e públicos".
A "possibilidade de não cultivo e abandono" dos campos e "os perigos de diminuição drástica da produção nacional e do aumento da dependência agro-alimentar" são outros aspectos que a CNA quer ver resolvidos pela nova PAC.
Este organismo manifesta-se também preocupado com "a possibilidade de maior intensificação para produzir a mais baixos custos e a concorrência feroz por quem tenha estruturas e condições para isso".
Estes factores contribuiriam, segundo a CNA, para um "agravamento da situação para a agricultura familiar a níveis de competitividade e escoamento". Segundo Roberto Mileu, a balança agro-alimentar regista em Portugal um défice de 486 milhões de contos ao ano.
No entanto, a organização congratula-se com a proposta de "redistribuir mais equitativamente as ajudas [que são dinheiro público] do FEOGA-Garantia" e com o facto de ser reconhecido pelo ministério que a actual PAC e as anteriores "são e foram más", designadamente por "incentivarem a intensificação excessiva e a produção de excedentes", com prejuízos para o ambiente, saúde pública e qualidade alimentar.
Um dos aspectos omissos na proposta é a questão do alargamento da União Europeia e os "reflexos directos que isso terá na proposta apresentada e nos acréscimos teóricos de fluxos financeiros para Portugal". A CNA defende que a oportunidade seja aproveitada pelo Governo "para implementar uma nova PAC verdadeiramente alternativa, social e economicamente justa".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Este é um dos "aspectos negativos e preocupantes" que a proposta de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) "não prevê e não resolve", refere um documento hoje divulgado pela confederação, no final de uma reunião da direcção realizada em Coimbra, informa a Lusa.Segundo Roberto Mileu, dirigente da CNA, caso as ajudas sejam "desligadas da função útil e produtiva dos agricultores", estes passam "a ser vistos, ainda mais, como recebedores de subsídios e usufrutuários inúteis dos dinheiros comunitários e públicos".
A "possibilidade de não cultivo e abandono" dos campos e "os perigos de diminuição drástica da produção nacional e do aumento da dependência agro-alimentar" são outros aspectos que a CNA quer ver resolvidos pela nova PAC.
Este organismo manifesta-se também preocupado com "a possibilidade de maior intensificação para produzir a mais baixos custos e a concorrência feroz por quem tenha estruturas e condições para isso".
Estes factores contribuiriam, segundo a CNA, para um "agravamento da situação para a agricultura familiar a níveis de competitividade e escoamento". Segundo Roberto Mileu, a balança agro-alimentar regista em Portugal um défice de 486 milhões de contos ao ano.
No entanto, a organização congratula-se com a proposta de "redistribuir mais equitativamente as ajudas [que são dinheiro público] do FEOGA-Garantia" e com o facto de ser reconhecido pelo ministério que a actual PAC e as anteriores "são e foram más", designadamente por "incentivarem a intensificação excessiva e a produção de excedentes", com prejuízos para o ambiente, saúde pública e qualidade alimentar.
Um dos aspectos omissos na proposta é a questão do alargamento da União Europeia e os "reflexos directos que isso terá na proposta apresentada e nos acréscimos teóricos de fluxos financeiros para Portugal". A CNA defende que a oportunidade seja aproveitada pelo Governo "para implementar uma nova PAC verdadeiramente alternativa, social e economicamente justa".