Lisboa aos quadradinhos por duas semanas

A música e a Bélgica são as "estrelas convidadas" do Salão Lisboa de Ilustração e BD, a inaugurar ao fim da tarde de hoje

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O Salão Lisboa de Ilustração e Banda Desenhada 2001 abre hoje as portas na Cordoaria Nacional e na Bedeteca Filipe Abranches

A festa já começou ontem à noite, com a inauguração das outras duas exposições que integram o programa deste ano. Uma delas é "O Desenho dos Dias" e apresenta uma década de ilustrações de Cristina Sampaio. Ao todo, são cerca de 50 trabalhos que os leitores do PÚBLICO reconhecerão com facilidade, pois foram dadas à estampa nas páginas deste mesmo jornal. A outra é "Rostos de um Clássico" e apresenta trabalhos de um autor belga já falecido, Jijé, que pode ser identificado através de heróis e personagens como Blondin e Cirage, Valhardi, Jerry Spring, Tanguy e Laverdure. Estas duas mostras prolongam o seu tempo de vida para lá do salão, podendo ser vistas até 30 de Julho. Mais efémeras, as outras exposições concentram-se este ano num espaço único sob a égide da "música", que se sucede ao "corpo" e ao "fim de século" nas referências temáticas desta iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Lisboa (por via da Bedeteca) e Federação Portuguesa de Cinema e Audiovisuais. Ou seja, no tempo de uma única visita, que este ano será gratuita para toda a gente, será possível travar conhecimento com um vasto panorama de tendências e correntes da BD contemporânea. A música atravessa diversas exposições. Uma delas é "Imagens Riscadas", colectiva de autores como Prado, Dave McKean, Ben Katchor, Peter Bagge, Ricci, Max ou Miguel Rocha. Outra é "A História do Blues", uma novela gráfica colectiva de Álex Fito, Gallardo, Miguel Ángel Martin, Miguelanxo Prado e outros, em que a música e a BD estão intimamente associadas. Uma terceira mostra, "Paisagens Americanas", expõe trabalhos de Joe Pinelli, um artista belga às voltas com o resultado de viagens imaginadas pelo passado do "jazz" novaiorquino. A música está ainda bem presente em "edM Records", mostra do colectivo belga "L'Employé du Moi", e em "Temas e Ritmos", colectiva de outro grupo com a mesma nacionalidade, 5.ème Couche.

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A festa já começou ontem à noite, com a inauguração das outras duas exposições que integram o programa deste ano. Uma delas é "O Desenho dos Dias" e apresenta uma década de ilustrações de Cristina Sampaio. Ao todo, são cerca de 50 trabalhos que os leitores do PÚBLICO reconhecerão com facilidade, pois foram dadas à estampa nas páginas deste mesmo jornal. A outra é "Rostos de um Clássico" e apresenta trabalhos de um autor belga já falecido, Jijé, que pode ser identificado através de heróis e personagens como Blondin e Cirage, Valhardi, Jerry Spring, Tanguy e Laverdure. Estas duas mostras prolongam o seu tempo de vida para lá do salão, podendo ser vistas até 30 de Julho. Mais efémeras, as outras exposições concentram-se este ano num espaço único sob a égide da "música", que se sucede ao "corpo" e ao "fim de século" nas referências temáticas desta iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Lisboa (por via da Bedeteca) e Federação Portuguesa de Cinema e Audiovisuais. Ou seja, no tempo de uma única visita, que este ano será gratuita para toda a gente, será possível travar conhecimento com um vasto panorama de tendências e correntes da BD contemporânea. A música atravessa diversas exposições. Uma delas é "Imagens Riscadas", colectiva de autores como Prado, Dave McKean, Ben Katchor, Peter Bagge, Ricci, Max ou Miguel Rocha. Outra é "A História do Blues", uma novela gráfica colectiva de Álex Fito, Gallardo, Miguel Ángel Martin, Miguelanxo Prado e outros, em que a música e a BD estão intimamente associadas. Uma terceira mostra, "Paisagens Americanas", expõe trabalhos de Joe Pinelli, um artista belga às voltas com o resultado de viagens imaginadas pelo passado do "jazz" novaiorquino. A música está ainda bem presente em "edM Records", mostra do colectivo belga "L'Employé du Moi", e em "Temas e Ritmos", colectiva de outro grupo com a mesma nacionalidade, 5.ème Couche.

Portugueses em força

Da Bélgica, país convidado na edição de 2001, vêm ainda duas exposições individuais de Johan de Moor ("Vaca Louca"), criador da Vaca Pi, e de Stassen ("Áfricas"), além de uma individual de Vincent Fortemps, da responsabilidade do colectivo Fréon. A presença portuguesa, uma das imagens de marca do salão, é forte. Marte, João Fazenda e o "seu" Loverboy ombreiam com Vera Tavares ("O Medonho Composto"), Pedro Nora ("The Writer"), Pedro Brito ("Pano Cru") e Filipe Abranches ("Força de Expressão"), contemplados com exposições individuais que expõem a diversidade criativa e expressiva dos novos autores. Destaque ainda para Manuel João Ramos e Rui Zink, que regressam com a sua interpretação pessoal do Major Alverca ("Major Alverca/Alverquinha: a Glória do Regime").
De fora da Europa, há a mencionar dois nomes: o argentino José Muñoz e Murai Toyonobu, um japonês que assina "Nautilus, the Ship" e expõe 10 originais em "Tango".
A ilustração, componente essencial do projecto, vive de várias presenças, destacando-se, logo à entrada da Cordoaria, a colectiva de "Ilustração Portuguesa 2001" com as diferentes vertentes deste género (ilustração de imprensa, livros e mesmo "on-line"). Registe-se ainda "Lust for your Eyes 2", a segunda colectiva internacional de "poster art", e "Papel de Embrulho", outra colectiva internacional que mostra ilustrações de capas de discos.
O salão completa-se com a habitual animação, que inclui vários lançamentos de livros, álbuns e revistas, concertos todos os fins de semana e sessões com autores presentes.
Um dia depois do encerramento do salão é apresentada, na Casa Fernando Pessoa, a exposição colectiva "Self-service", reunindo 27 poemas de Jan Baetens "ilustrados" com outras tantas pranchas de autores contemporâneos próximos do colectivo belga Fréon. Esta iniciativa prolonga até 30 de Setembro a presença dos quadradinhos na cidade de Lisboa.