Cúmplice de McVeigh vai pedir abertura de novo processo

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John Ashcroft já abriu um inquérito para investigar a razão de os documentos do FBI só terem aparecido agora Manny Ceneta/AFP

O advogado Michael Tigar indicou também já ter tido acesso aos documentos "perdidos" pelo FBI (Federal Bureau of Investigation, polícia federal norte-americana), colocados à disposição dos advogados de defesa, o que foi determinante na decisão de Terry Nichols de exigir um novo processo. Nichols foi reconhecido culpado de homicídio involuntário e de conspiração, por ter ajudado Timothy McVeigh, condenado à pena capital, a preparar o atentado a um edifício federal de Oklahoma, que causou 168 mortos, sendo o ataque mais sangrento jamais cometido em solo dos EUA.Ontem, o ministro da Justiça norte-americano, John Ashcroft, anunciou o adiamento para 11 de Junho da execução de McVeigh, que estava marcada para a próxima quarta-feira, devido à omissão do FBI de cerca de 200 documentos relacionados com o inquérito, desconhecidos pela defesa.
O veterano da Guerra do Golfo, que admitiu ter orquestrado o atentado de 1995 e que sempre se recusou a apresentar recursos da decisão de execução por injecção letal, afirmando que está pronto para morrer pelos seus actos, ficou frustrado com o adiamento da sentença por quase um mês, informaram à Reuters os advogados de defesa.
Para os opositores à pena de morte nos EUA, o adiamento da sentença é considerado um sinal positivo, apesar de colocar cada vez mais ansiedade em McVeigh, no corredor da morte.
O FBI encontrou milhares de páginas de documentos que não foram entregues aos advogados de McVeigh antes do julgamento de 1997, no qual foi condenado à pena capital, durante uma quinta busca, ordenada em Dezembro, a todo o material relacionado com a investigação do atentado bombista de Oklahoma, informa a edição de hoje do jornal "The Washington Post".
O FBI não conseguiu, segundo o jornal, explicar como é que este material passou despercebido aos seus investigadores nas quatro buscas precedentes. Pessoas familiarizadas com o caso justificam a ocorrência com desorganização do sistema de armazenamento de informação em vigor na organização. Segundo uma fonte do FBI, que pediu o anonimato ao "The Washington Post", nas primeiras quatro buscas alguns agentes terão tido como objectivo encontrar material relacionado com os bombistas e não com toda a investigação do atentado. O ministro da Justiça já ordenou uma investigação para determinar as razões deste súbito aparecimento de novos documentos.

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O advogado Michael Tigar indicou também já ter tido acesso aos documentos "perdidos" pelo FBI (Federal Bureau of Investigation, polícia federal norte-americana), colocados à disposição dos advogados de defesa, o que foi determinante na decisão de Terry Nichols de exigir um novo processo. Nichols foi reconhecido culpado de homicídio involuntário e de conspiração, por ter ajudado Timothy McVeigh, condenado à pena capital, a preparar o atentado a um edifício federal de Oklahoma, que causou 168 mortos, sendo o ataque mais sangrento jamais cometido em solo dos EUA.Ontem, o ministro da Justiça norte-americano, John Ashcroft, anunciou o adiamento para 11 de Junho da execução de McVeigh, que estava marcada para a próxima quarta-feira, devido à omissão do FBI de cerca de 200 documentos relacionados com o inquérito, desconhecidos pela defesa.
O veterano da Guerra do Golfo, que admitiu ter orquestrado o atentado de 1995 e que sempre se recusou a apresentar recursos da decisão de execução por injecção letal, afirmando que está pronto para morrer pelos seus actos, ficou frustrado com o adiamento da sentença por quase um mês, informaram à Reuters os advogados de defesa.
Para os opositores à pena de morte nos EUA, o adiamento da sentença é considerado um sinal positivo, apesar de colocar cada vez mais ansiedade em McVeigh, no corredor da morte.
O FBI encontrou milhares de páginas de documentos que não foram entregues aos advogados de McVeigh antes do julgamento de 1997, no qual foi condenado à pena capital, durante uma quinta busca, ordenada em Dezembro, a todo o material relacionado com a investigação do atentado bombista de Oklahoma, informa a edição de hoje do jornal "The Washington Post".
O FBI não conseguiu, segundo o jornal, explicar como é que este material passou despercebido aos seus investigadores nas quatro buscas precedentes. Pessoas familiarizadas com o caso justificam a ocorrência com desorganização do sistema de armazenamento de informação em vigor na organização. Segundo uma fonte do FBI, que pediu o anonimato ao "The Washington Post", nas primeiras quatro buscas alguns agentes terão tido como objectivo encontrar material relacionado com os bombistas e não com toda a investigação do atentado. O ministro da Justiça já ordenou uma investigação para determinar as razões deste súbito aparecimento de novos documentos.

Familiares indignados com adiamento da execução

Os familiares e amigos próximos das vítimas do atentado de Oklahoma City, exprimiram a sua indignação perante o adiamento da execução de McVeigh. "É frustrante", afirmou Tom Kight, padrasto de Frankie Merrill, morta aos 23 anos em Oklahoma. "Passámos muito tempo a prepararmo-nos mentalmente e, quem sabe, se de depois destes 30 dias ele (McVeigh) não terá outros 30 e outros 30...", lamentou à AFP Stan Kok, parente de uma outra vítima.
"A elite do FBI supostamente supervisionou o inquérito?
La crème de la crème? Como é possível que isto tenha acontecido?", criticou Kathleen Treanor, cuja filha de quatro anos morreu no atentado, referindo-se à omissão do FBI em transmitir os cerca de 200 documentos à defesa."Estou sobretudo indignada com o erro cometido. Todos erramos, mas este é um grande erro e alguém deve prestar contas por ele", acrescentou Kathleen Treanor.
A população de Terre Haute, cidade do estado do Indiana com cerca de 60 mil habitantes, cuja prisão foi o local escolhido para levar a cabo a execução de McVeigh, devido à sua localização central, exprime sentimentos diversos sobre o assunto, mas são unânimes ao afirmar que estão cansados de ser o centro das atenções.
"Queria que pegassem nele e o estrangulassem de uma vez. Acabem com isso", disse uma mulher da localidade. "Isto (a execução) afecta a nossa rotina diária", acrescentou o dono de restaurante George Azar.
O adiamento da aplicação da sentença gerou perdas para os donos de hotéis e restaurantes e de todos os outros sítios preparados para a invasão de 1500 jornalistas e manifestantes.