Desabamento da ponte em Entre-os-Rios provoca número indeterminado de vítimas (actualização)

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Dois automóveis e um autocarro caíram ao rio quando a ponte desabou Fernando Veludo

Tudo aconteceu por volta das 9h15, quando dois pegões, os pilares que suportam o tabuleiro, cederam ao vigor da corrente e arrastaram consigo toda a estrutura da ponte junto à margem esquerda do Douro, no concelho de Castelo de Paiva. Uma fonte dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios informou que o acidente terá "pelo menos" provocado a queda para o rio de dois automóveis. Outras fontes indicaram que a queda de parte do tabuleiro poderia ter arrastado um autocarro com 60 pessoas que regressava de uma excursão ao Douro Superior, mas quer a GNR, quer os bombeiros locais não confirmaram esta informação. Enquanto se esperava a chegada de membros da marinha, várias equipas da polícia e dos bombeiros procediam a tentativas de salvamento, mas as condições do tempo e a intensa corrente do rio Douro estavam a comprometer o sucesso da operação. As estradas de acesso a Entre-os-Rios estavam bloqueadas e entre a população local a tragédia estava a promover um forte sentimento de revolta. "Foi preciso morrer gente para que venham dar razão sobre a necessidade uma ponte nova", lamentava Teresa Teixeira, funcionária de Câmara Municipal de Castelo de Paiva e moradora a 700 metros da velha ponte. "Há dois meses fizemos um corte de estrada para reclamar uma nova travessia e ninguém nos deu ouvidos, mas agora depois desta tragédia talvez nos venham a dar razão", disse ao PÚBLICO Teresa Teixeira.
Com 116 anos de idade, a velha ponte de Entre-os-Rios tinha sido sujeita a uma operação de conservação "há meia dúzia de anos" e nada fazia prever o acidente de ontem. "Eu costumo passar lá todos os dias e apesar dos buracos frequentes a ponte parecia segura", admitiu Teresa Teixeira. Talvez por este motivo o Governo terá desvalorizado as pretensões da população e das autarquias de Castelo de Paiva e Penafiel. Sem que as razões da ruina desta velha estrutura metálica com aproximadamente 50 metros de altura estejam identificadas, o presidente da Câmara de Castelo de Paiva, Paulo Teixeira, que decretou luto para o seu concelho, responsabilizava o secretário de Estado das Obras Públicas, Luís Parreirão, pelo acidente, uma vez que, depois de uma reunião a 17 de Janeiro deste ano, o governante terá informado que a construção de uma nova ponte em Entre-os-Rios ainda iria esperar "mais alguns anos".

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Tudo aconteceu por volta das 9h15, quando dois pegões, os pilares que suportam o tabuleiro, cederam ao vigor da corrente e arrastaram consigo toda a estrutura da ponte junto à margem esquerda do Douro, no concelho de Castelo de Paiva. Uma fonte dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios informou que o acidente terá "pelo menos" provocado a queda para o rio de dois automóveis. Outras fontes indicaram que a queda de parte do tabuleiro poderia ter arrastado um autocarro com 60 pessoas que regressava de uma excursão ao Douro Superior, mas quer a GNR, quer os bombeiros locais não confirmaram esta informação. Enquanto se esperava a chegada de membros da marinha, várias equipas da polícia e dos bombeiros procediam a tentativas de salvamento, mas as condições do tempo e a intensa corrente do rio Douro estavam a comprometer o sucesso da operação. As estradas de acesso a Entre-os-Rios estavam bloqueadas e entre a população local a tragédia estava a promover um forte sentimento de revolta. "Foi preciso morrer gente para que venham dar razão sobre a necessidade uma ponte nova", lamentava Teresa Teixeira, funcionária de Câmara Municipal de Castelo de Paiva e moradora a 700 metros da velha ponte. "Há dois meses fizemos um corte de estrada para reclamar uma nova travessia e ninguém nos deu ouvidos, mas agora depois desta tragédia talvez nos venham a dar razão", disse ao PÚBLICO Teresa Teixeira.
Com 116 anos de idade, a velha ponte de Entre-os-Rios tinha sido sujeita a uma operação de conservação "há meia dúzia de anos" e nada fazia prever o acidente de ontem. "Eu costumo passar lá todos os dias e apesar dos buracos frequentes a ponte parecia segura", admitiu Teresa Teixeira. Talvez por este motivo o Governo terá desvalorizado as pretensões da população e das autarquias de Castelo de Paiva e Penafiel. Sem que as razões da ruina desta velha estrutura metálica com aproximadamente 50 metros de altura estejam identificadas, o presidente da Câmara de Castelo de Paiva, Paulo Teixeira, que decretou luto para o seu concelho, responsabilizava o secretário de Estado das Obras Públicas, Luís Parreirão, pelo acidente, uma vez que, depois de uma reunião a 17 de Janeiro deste ano, o governante terá informado que a construção de uma nova ponte em Entre-os-Rios ainda iria esperar "mais alguns anos".