Ministério Público em alegações finais no caso FP-25
Começaram as alegações finais do Ministério Público no julgamento das FP-25 no Tribunal da Boa Hora, após quase um ano de audiências.
Começaram as alegações finais do Ministério Público no julgamento das FP-25 no Tribunal da Boa Hora, após quase um ano de audiências. Entre os arguidos encontra-se Otelo Saraiva de Carvalho e outros 63 dirigentes e operacionais do movimento, acusados da autoria de atentados mortais, no âmbito do desigando “Projecto Global”, nos finais da década de 70 e princípios de 80.
Apesar de já terem sido condenados na década de 80 por associação criminosa, os arguidos esperam agora a decisão do tribunal na acusação de autoria de 17 homicídios.
De acordo com a Lusa, durante as primeiras horas de julgamento os arguidos mantiveram-se em silêncio, tendo sido chamados a depor dois “arrependidos": Macedo Correia e Mário Lamas. Ambos foram ouvidos por um colectivo de juízes, presidido por Elisa Sales, sobre os processos de Leiria e Almada, marcados por homicídios e feridos graves.
Ramalho Eanes foi também ouvido pelo tribunal, enquanto testemunha abonatória de Otelo. O antigo Presidente da República defendeu o tenente-coronel e sustentou que Otelo evitou sempre que houvesse baixas ou um banho de sangue.
No início do seu testemunho, Eanes referiu que conhecia o arguido “há bastante tempo”, desde a guerra colonial, apesar de só depois de 1975 ter tido “uma experiência mais directa e profunda” com Otelo.
O ex-Presidente ressaltou ainda que antes do 25 de Abril Otelo queria “substituir o regime sem sangue”, objectivo esse apoiado pelo movimento dos capitães que realizou o golpe, indica a Lusa.
"Otelo não acciona [as forças] porque isso levaria a um confronto armado com consequências desastrosas”, acrescentou.
Questionado pela defesa sobre se achava que Otelo era capaz de comandar e coordenar forças civis armadas com a missão última de matar, Eanes respondeu: “Na minha opinião, subjectiva, não”.
Após o testemunho de Ramalho Eanes, deram-se início às alegações finais do Ministério Público, levadas a cabo pela procuradora Cristina Cara, que devem prolongar-se durante toda a tarde de hoje.
Os réus incorrem numa pena máxima de 20 anos, de acordo com o Código Penal de 1982, em vigor à data dos factos, e com um regime mais favorável.
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Começaram as alegações finais do Ministério Público no julgamento das FP-25 no Tribunal da Boa Hora, após quase um ano de audiências. Entre os arguidos encontra-se Otelo Saraiva de Carvalho e outros 63 dirigentes e operacionais do movimento, acusados da autoria de atentados mortais, no âmbito do desigando “Projecto Global”, nos finais da década de 70 e princípios de 80.
Apesar de já terem sido condenados na década de 80 por associação criminosa, os arguidos esperam agora a decisão do tribunal na acusação de autoria de 17 homicídios.
De acordo com a Lusa, durante as primeiras horas de julgamento os arguidos mantiveram-se em silêncio, tendo sido chamados a depor dois “arrependidos": Macedo Correia e Mário Lamas. Ambos foram ouvidos por um colectivo de juízes, presidido por Elisa Sales, sobre os processos de Leiria e Almada, marcados por homicídios e feridos graves.
Ramalho Eanes foi também ouvido pelo tribunal, enquanto testemunha abonatória de Otelo. O antigo Presidente da República defendeu o tenente-coronel e sustentou que Otelo evitou sempre que houvesse baixas ou um banho de sangue.
No início do seu testemunho, Eanes referiu que conhecia o arguido “há bastante tempo”, desde a guerra colonial, apesar de só depois de 1975 ter tido “uma experiência mais directa e profunda” com Otelo.
O ex-Presidente ressaltou ainda que antes do 25 de Abril Otelo queria “substituir o regime sem sangue”, objectivo esse apoiado pelo movimento dos capitães que realizou o golpe, indica a Lusa.
"Otelo não acciona [as forças] porque isso levaria a um confronto armado com consequências desastrosas”, acrescentou.
Questionado pela defesa sobre se achava que Otelo era capaz de comandar e coordenar forças civis armadas com a missão última de matar, Eanes respondeu: “Na minha opinião, subjectiva, não”.
Após o testemunho de Ramalho Eanes, deram-se início às alegações finais do Ministério Público, levadas a cabo pela procuradora Cristina Cara, que devem prolongar-se durante toda a tarde de hoje.
Os réus incorrem numa pena máxima de 20 anos, de acordo com o Código Penal de 1982, em vigor à data dos factos, e com um regime mais favorável.