Sá Fernandes afirma que o principal alvo de Camarate foi Amaro da Costa

Foto
Sá Carneiro morreu a 4 de Dezembro de 1980 DR

Sá Fernandes, que falava na iniciativa "Noites da Oposição" dedicada ao acidente de Camarate e classificada pelos vários oradores como os "20 anos da vergonha", afirmou que durante 15 anos esteve "completamente convencido de que Camarate tinha sido um acidente", sentimento esse partilhado pela opinião pública.No entanto, o actual membro do Governo admitiu ter mudado de opinião e fez várias acusações na qualidade de advogado das famílias das vítimas.
"Mas hoje não tenho dúvidas nenhumas de que aquelas pessoas foram assassinadas num horrendo crime político que contou com a cumplicidade e o silêncio de várias áreas", afirmou Sá Fernandes, nomeando o aparelho de justiça, os tribunais e o Ministério Público.
Sá Fernandes atribuiu ainda uma culpa colectiva personificada na comunicação social e na classe política, como responsáveis pela situação de silêncio e de contradições que se formaram em torno da queda do Cessna em Camarate.
O secretário de Estado para os Assuntos Fiscais defendeu a abertura do processo e de um julgamento para que "o país tome consciência e não deixe passar para a História a ideia de um acidente".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Sá Fernandes, que falava na iniciativa "Noites da Oposição" dedicada ao acidente de Camarate e classificada pelos vários oradores como os "20 anos da vergonha", afirmou que durante 15 anos esteve "completamente convencido de que Camarate tinha sido um acidente", sentimento esse partilhado pela opinião pública.No entanto, o actual membro do Governo admitiu ter mudado de opinião e fez várias acusações na qualidade de advogado das famílias das vítimas.
"Mas hoje não tenho dúvidas nenhumas de que aquelas pessoas foram assassinadas num horrendo crime político que contou com a cumplicidade e o silêncio de várias áreas", afirmou Sá Fernandes, nomeando o aparelho de justiça, os tribunais e o Ministério Público.
Sá Fernandes atribuiu ainda uma culpa colectiva personificada na comunicação social e na classe política, como responsáveis pela situação de silêncio e de contradições que se formaram em torno da queda do Cessna em Camarate.
O secretário de Estado para os Assuntos Fiscais defendeu a abertura do processo e de um julgamento para que "o país tome consciência e não deixe passar para a História a ideia de um acidente".

Freitas do Amaral considera Camarate "maior vergonha da justiça portuguesa"


Também Freitas do Amaral, que em 1980 considerou, numa nota oficiosa, que a queda do Cessna fora resultado de um acidente, afirmou ontem que "Camarate foi um crime e a maior vergonha da justiça portuguesa nas últimas décadas".


Freitas do Amaral mostrou também a sua indignação face a um processo que parece ter sido destinado a "provar a todo o custo a tese do acidente".


Eurico de Melo, o então ministro da Administração Interna, lembrou que um membro do seu gabinete já tinha viajado no Cessna e afirmado que o avião estava com problemas.


Mas como estava convencido que Sá Carneiro tinha viajado num avião da TAP, não avisou o então primeiro-ministro. Eurico de Melo recordou que não conseguiu conter a sua ira quando soube que Sá Carneiro se encontrava entre as vítimas.


O Cessna onde viajava Sá Carneiro despenhou-se sobre Camarate, minutos depois de ter descolado do Aeroporto da Portela. Não houve sobreviventes. Para além de Sá Carneiro, morreram também Amaro da Costa (então ministro da Defesa) e a mulher, Snu Abecassis, Patrício Gouveia e os dois pilotos.