Liga dos Bombeiros manda analisar equipamentos de protecção individual
Em declarações à agência Lusa, Jaime Soares revelou que a LBP pediu aos Bombeiros Voluntários de Farejinhas, em Castro Daire, um dos equipamentos de protecção individual danificados, a fim de o remeter para análise ao Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE).
“É necessário que a situação não se repita no futuro. Estes equipamentos têm de ter qualidade para que a integridade física dos bombeiros esteja assegurada”, adiantou.
Salientando que cabe à LBP “defender intransigentemente a segurança e os direitos dos bombeiros”, Jaime Soares explicou que um dos dois dólmenes perfurados pelo fogo será enviado ao CITEVE, “para não haver especulações”.
A 11 de agosto, a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões foi confrontada com uma reclamação dos Bombeiros de Farejinhas, que se queixaram de terem ficado com dois dólmenes danificados num incêndio.
O presidente da CIM, José Morgado, rejeitou hoje qualquer tipo de responsabilidades no que toca à qualidade dos equipamentos de protecção individual para bombeiros entregues às corporações do seu território.
Os equipamentos foram entregues, nos dias 17 de Julho e 5 de Agosto, às 21 corporações dos concelhos que integram o território da CIM Viseu Dão Lafões.
Jaime Soares disse à Lusa não ter conhecimento, a nível nacional, de outras reclamações sobre a qualidade dos materiais de protecção individual.
No ano passado, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e a LBP celebraram com as CIM uma parceria que visava a distribuição de 50% desses equipamentos às corporações de bombeiros, ficando as comunidades intermunicipais encarregadas de os adquirir e entregar.
“Este processo tem registado atrasos e não tem decorrido da melhor forma”, referiu, responsabilizando “algumas CIM por este descuido grosseiro e grave”.
Na sequência destes problemas, a compra dos restantes 50% dos equipamentos foi posta a concurso pela ANPC, já sem a participação das comunidades intermunicipais, acrescentou Jaime Soares.
Entretanto, em comunicado divulgado hoje, a Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários (APBV) veio questionar os critérios adoptados pela ANPC no novo concurso, no valor de 5,7 milhões de euros.
Por exemplo, o presidente da associação, Rui Silva, diz não compreender “que se discriminem os bombeiros ao adjudicarem botas a um custo de 98 euros o par” para metade dos lotes, enquanto para as restantes o preço seja de 136 euros.
“Associada à diferença no custo, está logicamente a qualidade e a protecção”, o que leva a APBV a recusar “que se continue a tratar os bombeiros de forma diferenciada”.