Benfica não teve argumentos para contrariar a maldição parisiense
Três golos em meia-hora resolveram a partida a favor do Paris Saint-Germain. Ibrahimovic foi um rei no Parque dos Príncipes e os “encarnados” não conseguiram esboçar uma reacção.
O técnico “encarnado” tinha prometido, na antevisão da partida, que o Benfica não se ia limitar a defender. “Não viemos aqui a Paris só a pensar nos processos defensivos. Acreditamos que temos qualidade ofensivamente para criar problemas quando estivermos em posse”, apontou Jorge Jesus. O problema é que isso simplesmente não aconteceu: o intervalo chegou com escassos 35% de posse de bola e somente três remates (dos quais apenas um foi enquadrado com a baliza) para os “encarnados”.
Jorge Jesus apresentou algumas novidades no “onze” relativamente ao empate (1-1) frente ao Belenenses. Foram duas alterações na defesa (entradas de André Almeida e Siqueira por Maxi Pereira e Bruno Cortez) e duas no ataque (Djuricic e Gaitán por Lima e Markovic).
Confirmou-se que Zlatan Ibrahimovic – que tem um hambúrguer baptizado em sua honra num estabelecimento de Paris – é indigesto. O internacional sueco foi um rei no Parque dos Príncipes: apontou dois golos em 30 minutos e, ainda no primeiro tempo, participou na jogada do outro golo com um toque de calcanhar.
Cinco minutos – foi quanto durou a resistência do Benfica no terreno do PSG. A defesa “encarnada” ficou a ver jogar, enquanto Matuidi lançava Gregory van der Wiel no lado direito, e o holandês assistia Ibrahimovic, que, sem oposição, apontava o primeiro golo da noite.
Porém, mesmo em desvantagem, a atitude do Benfica não se alterou. Faltava agressividade à equipa de Jorge Jesus, que deixava os parisienses jogarem a seu bel-prazer. E foi com naturalidade que o resultado se dilatou: Marquinhos só teve de encostar para o 2-0, na conclusão de uma belíssima jogada do PSG (25’). Na sequência de um canto, Ibrahimovic segurou a bola ao segundo poste, deu de calcanhar em Verratti, que lançou Matuidi na linha – o francês colocou na área (Artur ainda tocou na bola), onde Marquinhos fez o seu segundo golo em outros tantos jogos na Champions.
Passou uma mão-cheia de minutos até se ver novo golo do PSG (pelo meio Jorge Jesus foi obrigado a fazer a primeira substituição, tendo lançado André Gomes para o lugar do lesionado Fejsa). Após mais um canto, Ibrahimovic saltou mais alto que André Almeida e cabeceou para o fundo da baliza “encarnada”. Passada meia hora, o jogo estava resolvido com uma tremenda demonstração de eficácia por parte do PSG. A equipa de Laurent Blanc continuou a controlar as operações, mas baixou o ritmo e começou a pensar na visita de domingo ao Marselha, a contar para a Liga francesa.
O intervalo fez bem ao Benfica – pelo menos nos primeiros dez minutos da segunda parte. Os “encarnados” mostraram outra atitude e deram trabalho a Sirigu: o guarda-redes do PSG fez uma boa defesa após livre cobrado por Garay (47’).
Mas foi uma impressão passageira. Os parisienses voltaram ao controlo, mercê em parte da entrada de Lucas Moura, que viu Artur defender-lhe um bom remate aos 72’. O guarda-redes do Benfica voltou a brilhar aos 74’, quando evitou o golo de van der Wiel e, depois, de Cavani.
Cinco meses depois, o Benfica tornou a ficar “em branco” num jogo. A última ocasião em que os “encarnados” não tinham marcado golos foi na visita ao Fenerbahçe, na primeira mão das meias-finais da Liga Europa 2012-13.
O PSG isolou-se no comando do Grupo C, com seis pontos. Já o Benfica caiu para a terceira posição, ultrapassado pelo Olympiacos, que no outro encontro do agrupamento foi à Bélgica bater o Anderlecht (0-3).