Trabalhadores da Makro vão interpor providência cautelar contra despedimento colectivo

Segundo afirmou ao PÚBLICO fonte da comissão de trabalhadores (CT), “independentemente do resultado da providência cautelar, iremos avançar com um processo em tribunal”.

Na quinta-feira, o Bloco de Esquerda (BE) enviou já um documento dirigido ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e ao presidente da Assembleia da República a questionar que medidas estariam a ser tomadas para “estancar o despedimento colectivo na Makro de 90 dos seus trabalhadores”.

De acordo com a fonte da CT, os despedimentos irão afectar praticamente todas as lojas que a cadeia de distribuição grossista possui em Portugal, abrangendo os operadores e chefias dos espaços de venda.

Em algumas lojas, como as de Matosinhos, Braga, Gaia, Cascais e Albufeira, já houve inclusive reuniões entre a administração e os funcionários, a quem foi proposto o despedimento e pagamento imediato das indemnizações. A Makro de Palmela e a de Aveiro, que foi criada no ano passado, permaneceram à margem das demissões.

“Houve trabalhadores que aceitaram, devido à pressão, e outros que não”, explica a mesma fonte.

A Makro, que pertence ao grupo Metro, o segundo maior grupo de distribuição europeu, revelou a intenção de efectuar o despedimento colectivo no dia 21 de Abril. Depois disso, seguiram-se três reuniões entre a administração e a comissão representativa de trabalhadores e ainda a comissão sindical.

“A CT fez várias propostas mas todas elas foram recusadas pela administração, que se manteve irredutível na intenção de concretizar o despedimento colectivo”, conta o membro da comissão.

”A Makro está a aproveitar-se da crise para despedir”

À semelhança do que o BE refere no documento enviado à Assembleia da República, também a comissão de trabalhadores da Makro afirma não compreender a razão dos despedimentos.

“A empresa é saudável, deu lucros no ano passado e ainda em 2008 abriu uma nova loja em Aveiro e contratou 112 novos trabalhadores, além de ter uma administração que tem remunerações e prémios elevados e que anda de Volkswagen, Mercedes e Audi”, revela fonte da CT.

A comissão considera por isso que a empresa se está a “aproveitar da crise para despedir pessoas” e assim manter os lucros.

Para a Makro, o despedimento colectivo advém da necessidade de reajustar a estrutura de pessoal existente e de dar continuidade ao sucesso e competitividade da empresa, face à actual crise económica internacional e nacional, à quebra das vendas e dos rácios de rentabilidade.

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