Foram recolhidos 1111 carrinhos no cortejo da Festa das Latas de Coimbra
Ano de recorde para movimento tenta impedir que carros de compras sejam atirados ao rio desde 2014.
No final do cortejo das Festa das Latas que decorreu no passado domingo, em Coimbra, quem passasse pelo Largo da Portagem ficava com a ideia de que “havia ali um hipermercado novo”. As palavras são de Fernando Jorge Paiva, do movimento “Não Lixes…”, que desde 2014 se debate contra o lançamento de carrinhos de compras ao rio.
<_o3a_p>
Este ano, 1111 carrinhos de compras foram recuperados pelo movimento, tendo sido a grande maioria recolhida pelo cordão organizado no largo onde o cortejo acaba. O número significa um recordr e aumentou em relação ao registado em 2015, quando o “Não Lixes…” reuniu 1046 carrinhos, impedindo que estes passassem a estrada e que “muitos deles” chegassem ao rio.<_o3a_p>
Lamentando que a mensagem de menos lixo no cortejo e de apelo aos estudantes para que não furtem carrinhos não tenha passado, Fernando Jorge Paiva refere-se às imagens recolhidas no final como “surreais”.<_o3a_p>
A operação começou por volta das 15h e foi até ao início da noite. Entre as 22 pessoas que constituíram a equipa que formou o cordão estiveram voluntários, seguranças de hipermercados, agentes da PSP e membros da Associação Académica de Coimbra. <_o3a_p>
Mas o impacto desta prática não é só ambiental, é também económico. Fernando Jorge Paiva refere que os carros mais baratos custaram às superfícies 70 euros e os mais caros 340 euros (estes recolhidos em menor número). Fazendo uma média, o activista calcula que tenham sido furtados às superfícies comerciais cerca de 100 mil euros em carrinhos. <_o3a_p>
Terminado o cortejo, há superfícies que vão recolher os carros ao local, mas há também outras que optam por não o fazer. “O estado dos carros fica de tal forma que já não compensa voltar a recuperá-los”, justifica o activista. Fernando Jorge Paiva refere que muitos são pintados ou adaptados pelos estudantes, que os transformam, por exemplo, em grelhadores. <_o3a_p>
O dinamizador do movimento destaca o Instituto Superior Miguel Torga, que respondeu ao repto do movimento. “Dentro do caos, aquele instituto foi um exemplo”, afirma, referindo que os alunos daquela instituição de ensino privado de Coimbra foram ao cortejo sem latas amarradas nem carrinhos. <_o3a_p>
Fernando Jorge Paiva gostava de poder dizer que não há necessidade de o movimento voltar promover novas campanhas nas próximas festas académicas, mas receia não ser esse o caso. “Temos que perceber” junto de associações de estudantes e hipermercados “que novas medidas podem ser adoptadas para reverter a situação”, afirma. <_o3a_p>