Joaquim Oliveira investe nos três grandes

A Olivedesportos deu ontem mais um passo no domínio da sua relação com os maiores clubes portugueses, agora através de uma nova área de negócio, a multimédia.Depois de dominar os negócios da publicidade e das transmissões televisivas, o grupo económico de Joaquim Oliveira também já tem participações muito significativas no capital de várias sociedades desportivas, com destaque para os 23 por cento que detém no Boavista e no FC Porto, preparando-se para adquirir idênticas quotas nas sociedades do Braga, Benfica, Sporting, Belenenses e Farense. Com os negócios ontem formalizados, a Sportinveste Multimédia (detida em partes equivalentes pela Olivedesportos e pela Portugal Telecom) associa-se ao FC Porto, Benfica e Sporting na exploração dos negócios multimédia. Uma parceria em que fornece conteúdos, enquanto os clubes asseguram a sua comercialização e o "merchandising".Longe vão os tempos em que Joaquim Oliveira era uma "persona non grata" no Benfica. Ontem, aquele empresário sentou-se na mesa da direcção "encarnada", lado a lado com o presidente benfiquista, Manuel Vilarinho, trocaram abraços e rubricaram um acordo entre a Sportinveste Multimédia e o clube da Luz na área do multimédia. Protocolos semelhantes foram também ontem assinados com o FC Porto e o Sporting.O facto de, num só dia, a Sportinveste Multimédia - subsidiária da "holding" do grupo empresarial gerido por Joaquim Oliveira - ter assinado contratos numa área de negócios tão activa - onde se destacam as actividades de comércio "on-line" - com os três maiores clubes portugueses, marcando a agenda de Benfica, Sporting e FC Porto, espelha bem a influência crescente que aquele empresário tem no futebol português. Na sequência do acordo rubricado, a Sportinveste Multimédia - detida pela PTM e pela Sportinveste SGPS - passa a ter 49 por cento da Benfica Multimédia, a empresa que no grupo empresarial Benfica explora esta área de negócios e cujo capital é actualmente de 50 mil euros (10 mil contos). Os restantes 51 por cento pertencem ao Benfica clube.O protocolo vem no seguimento de um acordo celebrado a 30 de Julho entre a Olivedesportos, a Benfica SAD e o Sport Lisboa e Benfica, através do qual a empresa de Joaquim Oliveira se comprometeu a desistir do processo intentado contra a SAD e clube, por este ter requerido a nulidade dos contratos de transmissão televisiva dos jogos de futebol durante a presidência de Vale e Azevedo, assegurando, no entanto, uma participação futura na Benfica Multimédia e que agora se formalizou. A Benfica Multimédia cederá à Sportinveste Multimédia, por um período de 10 anos, a totalidade dos seus direitos naquela área de negócio. Uma situação semelhante à verificada com a Sporting.com e o FC Porto.No caso dos "leões", a Sporting SGPS ("holding" que controla o grupo empresarial leonino), irá vender 25 por cento da sua participada Sporting.com (até aqui detida a cem por cento) à Sportinveste Multimédia, no valor de 3,12 milhões de euros (625 mil contos), ficando ainda a empresa de Joaquim Oliveira com uma opção de compra de outros 24 por cento da mesma sociedade.No âmbito do acordo, o Sporting Clube de Portugal (detentor da SGPS dos "leões") e a Sporting SAD (Sociedade Anónima Desportiva) terão de ceder, por um período de 25 anos, a totalidade dos seus direitos multimédia à sua participada Sporting.com que, por sua vez, os cederá à Sportinveste Multimédia, por um período de dez anos.Nas Antas, a cerimónia de assinatura do acordo entre o clube e a Sportinveste Multimédia contou com a presença de Pinto da Costa e de Joaquim Oliveira, além de outros membros da SAD portista e do representante da PT Multimédia, José Igreja. Por entre elogios mútuos, Joaquim Oliveira esclareceu que "a Sportinveste assume este desafio na convicção de que a indústria do futebol tem um papel a desempenhar nesta época de crise", explicando também que "uma parceria deste tipo requer tecnologias especializadas". O líder portista, por seu lado, referiu-se ao patrão da Olivedesportos como uma pessoa "a quem o futebol muito deve", explicando que a parceria ontem estabelecida é fundamental para que "o FC Porto possa ter a sua voz" e representa também "um passo em direcção à modernidade". Realçou também que pode ser "útil e facilitar o trabalho à comunicação", uma ideia que foi, no entanto, contrariada pelo facto de pouco antes ter proibido a equipa de jornalistas do "Record" de entrar nas instalações do clube.com José Augusto Moreira e Paulo Curado

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