Pixar não prevê sequelas de Ratatui, Wall-E ou Divertida-Mente
O estúdio de animação quer focar-se nos filmes originais após o lançamento das sequelas Carros 3, Toy Story 4 e The Incredibles 2.
Treze anos passaram entre a estreia de À Procura de Nemo, em 2003, a aventura do peixe-palhaço Marlin que tenta encontrar o filho Nemo com a ajuda de Dory, e o recente lançamento de À Procura de Dory, que leva os três pelo passado do peixe azul com fraca memória. O filme, que bateu recorde de bilheteiras nos Estados Unidos, arrecadando 121,6 milhóes de dólares na sua abertura, tem originado especulações à volta das próximas sequelas da Pixar.
Se, por um lado, a Pixar tem agendadas sequelas como Carros 3 (2017), Toy Story 4 (2018), The Incredibles 2 (2019), por outro, o estúdio de animação quer dar prioridade aos filmes originais nos próximos tempos. Quem o diz é Jim Morris, presidente da Pixar, em declarações à revista Entertainment Weekly: “Vários estúdios fazem sequelas mal têm um filme com sucesso, mas o nosso modelo de negócio é o modelo do realizador e não fazemos a continuação a não ser que o realizador original tenha uma ideia que goste e em que queira investir”.
A selectividade da Pixar relativamente aos realizadores implica que, quando fazem a sua escolha, essa pessoa está envolvida apenas nesse projecto durante o tempo que demorar a concretização do filme, normalmente entre três a cinco anos. Desse modo, como é raro a Pixar atribuir um realizador a um filme que não seja o do projecto original, torna-se difícil conseguir realizar algumas sequelas.
Jim Morris aponta também as dificuldades que regressar ao universo de um filme bem-sucedido acarreta. “Em alguns aspectos, a sequela é ainda mais difícil. Há um mundo definido que pode ser uma vantagem, mas também cria expectativas que não podemos desapontar.”
A Pixar irá, então, concentrar-se nos originais depois do lançamento de The Incredibles 2, em 2019. O estúdio de animação tem já dois filmes agendados para Março e Junho de 2020, que Jim Morris diz serem originais e independentes um do outro, mas com uma característica comum. “Os dois passam-se em mundos fora do usual, mas credíveis, que nos levarão em sentidos contrários aos do passado”, disse à EW. Além disso, estão previstos mais dois filmes originais “muito prováveis de acontecer”, apesar de ainda não listados. Para um futuro próximo, a Pixar lançará, em 2017, Coco, um original de Lee Unkrich (realizador de Toy Story 3) que tem como inspiração o Dia dos Mortos, feriado celebrado no México.
Ficam assim de lado as esperanças dos fãs que gostariam de ver sequelas de filmes como Wall-E, lançado em 2008. “Seria bom regressar a esse mundo e mostrar às pessoas que os humanos voltaram a sobreviver depois de regressarem ao seu planeta destruído. Mas essa foi uma história de amor com princípio, meio e fim, por isso não temos outros planos para levar o enredo mais longe”, afirmou Jim Morris.
Também Ratatui e o mais recente sucesso da Disney, Divertida-Mente, terão que esperar por sequelas. Este último gerou, inclusive, uma conversa online em torno da vontade que o público teria em ver Riley, a protagonista, durante a adolescência. “Pete Docter, realizador de Divertida-Mente, tem uma ideia original para o seu próximo filme. Brad Bird, realizador de Ratatui, está a trabalhar na sequela de The Incredibles e ainda não falamos numa sequela”, afirmou Jim Morris.
Apesar do plano de originais da Pixar, Jim Morris garante que “nada é impossível”, pois treze anos passaram entre À Procura de Nemo e À Procura de Dory e, quando The Incredibles 2 for lançado, em 2019, terão passado quinze anos sobre a estreia do primeiro filme.