Noruega transfere base de treino de pilotos da Ucrânia de F-16 para Portugal

Portugal passará a anfitrião da coligação internacional de F-16, liderada pela Dinamarca e Países Baixos, em 2025. País vai dar formação em controlo de tráfego aéreo e manutenção.

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Caça F-16 dos EUA. Noruega vai transferir base de treino de pilotos da Ucrânia de F-16 para Portugal Toby Melville / REUTERS
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A Noruega vai continuar a treinar os pilotos ucranianos de F-16 como parte do seu apoio à defesa da Ucrânia, mas vai transferir a sua base de treino da Dinamarca para Portugal, anunciou o Ministro da Defesa norueguês, Bjørn Arild Gram, num comunicado publicado esta sexta-feira.

O país nórdico tem fornecido aeronaves, instrutores e apoio técnico para o programa de formação na Dinamarca desde 2023, mas a partir de 2025 Portugal assumirá o papel de país anfitrião da iniciativa "por um período mais curto". Depois, caberá à coligação decidir os futuros locais de formação.

A coligação internacional de F-16, liderada pela Dinamarca e Países Baixos, a que Portugal também aderiu na componente da formação, foi criada em Julho do ano passado. Em Fevereiro passado, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avistou-se em Kiev com o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros João Gomes Cravinho, a quem solicitou que Portugal considerasse igualmente o envio de aparelhos.

Na mesma ocasião, o chefe de gabinete adjunto da Presidência ucraniana, Ihor Zhovkva, disse, em entrevista à Lusa, esperar que, após as eleições legislativas, Portugal aumentasse o seu apoio militar a Kiev, que classificou como "bastante modesto".

A ex-ministra da Defesa Helena Carreiras anunciou então que Portugal vai dar este ano formação, em território nacional, a militares da Força Aérea da Ucrânia, com uma duração de quatro a seis meses, nas áreas do controlo de tráfego aéreo e manutenção de caças F-16, mas não se comprometeu com o envio de aeronaves.

Para além dos instrutores militares, a empresa norueguesa Kongsberg Aviation Maintenance Services (KAMS) contribuirá com pessoal para apoiar a formação técnica dos pilotos ucranianos. "A luta que os ucranianos estão a travar é existencial e fundamental para a segurança da Noruega e da Europa", afirmou Gram na declaração publicada no site do Governo norueguês. "É crucial que mantenhamos e expandamos o apoio ocidental à Ucrânia, procurando continuamente novas formas de ajudar os seus esforços de defesa. Estou muito orgulhoso dos esforços que o pessoal norueguês tem feito para dar aos pilotos de caça a melhor formação possível".

A 7 de Dezembro, recorda o jornal Kyiv Independent, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou que a Dinamarca, um dos principais membros da coligação, tinha entregue um segundo lote de caças F-16 à Ucrânia, reforçando as suas capacidades de defesa aérea. Esta declaração seguiu-se a uma primeira, em Novembro, dos líderes da Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letónia, Noruega, Polónia e Suécia, que se comprometeram a reforçar o seu apoio à Ucrânia em resposta à invasão em grande escala da Rússia.

Sobre o treino dos pilotos, o porta-voz da Força Aérea ucraniana avançou, em Abril, que os pilotos estavam a progredir na formação em aviões de combate F-16, tendo previsto concluir a sua aprendizagem até ao Verão. Poucos meses depois, as forças de Kiev começaram a receber os primeiros aparelhos para enfrentar a invasão russa.

Dois grupos aperfeiçoaram as suas aptidões na aeronave na Dinamarca e nos Estados Unidos e outro grupo está a fazer a transição da sua formação base no Reino Unido para a França, com vista ao treino concreto em F-16.

Em declarações a uma emissora televisiva ucraniana citadas pelo portal Euromaidan, Illya Yevlash indicou igualmente que uma equipa técnica ucraniana está a receber formação específica para ministrar no futuro a formação de outros pilotos e pessoal de terra na Ucrânia.

As autoridades de Kiev têm exigido desde o começo das hostilidades o envio de caças modernos, mas só em Agosto do ano passado os Estados Unidos aprovaram a transferência dos caças norte-americanos da Dinamarca e da Holanda, que já se tinham oferecido para ceder estes aparelhos.

No mês passado, o ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, disse ao jornal The New York Times que o "treino estava a progredir bem" e observou que os pilotos ucranianos já estavam a sobrevoar o espaço aéreo dinamarquês, mas não se comprometeu com a data do final do processo.

Numa entrevista em Fevereiro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, defendeu que os pilotos ucranianos de caças F-16 teriam o direito de atacar alvos militares legítimos fora da Ucrânia, ou seja, em território russo. Com Lusa

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