Governo oficializa aumento das pensões entre 1,85% e 3,9% em 2025

Portaria será publicada “nos próximos dias” com aumento automático e com o extra aprovado pelo Parlamento. Indexante dos Apoios Sociais sobe para 522,50 euros mensais em 2025.

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Maioria das pensões terá aumento acima da inflação estimada para o próximo ano (2,3%) Catarina Póvoa
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O Governo confirmou nesta quarta-feira que a generalidade das pensões terá um aumento de 3,9% a partir de Janeiro de 2025. A portaria que determina a actualização das pensões será publicada “nos próximos dias” e, além do aumento resultante da fórmula automática, irá prever também a subida extra de 1,25 pontos percentuais proposta pelo PS e aprovada no Parlamento. Na prática, isso significa que os aumentos totais vão oscilar entre 3,9%, para as reformas de valor mais baixo e que são a maioria, e 1,85%, para as pensões mais altas.

Depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado os dados definitivos da inflação que serve de referência à actualização automática das pensões, o Ministério do Trabalho e da Segurança Social confirmou que a portaria irá prever um aumento de 2,6% para quem tem uma reforma até 1045 euros; de 2,1% para pensões entre este valor e 3135 euros mensais; e de 1,85% para as pensões até 6270 euros. Além disso, e em linha com o que foi aprovado no Parlamento, nas pensões até 1567,5 euros – o equivalente a três vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS) – “deverá acrescer 1,25%”.

A portaria, garantiu fonte oficial, será publicada “nos próximos dias”.

O aumento de 2,6% para a generalidade das pensões fica abaixo dos 3,1% estimados pelo Governo, que tinha calculado esta percentagem com base em dados provisórios e diferentes dos que estão previstos na lei.

Porém, com a subida extra proposta pelo PS, as pensões mais baixas terão uma actualização adicional que faz com que a subida total fique acima da estimativa do executivo e acima das previsões da inflação para o próximo ano (2,3%).

No caso das reformas até 1045 euros (o equivalente a dois IAS e que representam a maioria das reformas pagas em Portugal), a subida total será de 3,9%, que é o resultado da soma do aumento regular de 2,6% com o extra de 1,25 pontos percentuais.

Já as pensões com valor entre 1045 e 1567,5 euros mensais terão um acréscimo total de 3,35% (2,1%, mais o extra de 1,25 pontos percentuais).

Entre os 1567,5 euros e 3135 euros (o equivalente a seis IAS) já não se aplica o aumento complementar e as pensões sobem os 2,1% resultantes da aplicação da fórmula automática.

Quem tem uma reforma entre 3135 e 6270 euros terá uma actualização de 1,85% no próximo ano. Acima deste limite, as pensões continuarão congeladas e não terão qualquer actualização.

Serão abrangidos tanto os pensionistas do Centro Nacional de Pensões, como os reformados e aposentados da Caixa Geral de Aposentações. Em 2025 e pela primeira vez, também as pensões atribuídas no ano anterior serão aumentadas, o que significa que a actualização chegará a quem se reformou entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2024.

Os dados do INE permitem actualizar também o valor do IAS, que passa a ser de 522,50 euros mensais.

Este indexante é usado como referência para o cálculo de vários apoios sociais, como é o caso da prestação social para a inclusão, o rendimento social de inserção, o complemento social para idosos ou as bolsas de estudo. Além disso, serve também para determinar o limite mínimo do subsídio de desemprego (600,87 euros no próximo ano) ou os escalões do abono de família, e influencia as deduções para o IRS e as contribuições para a Segurança Social.

Desde 2007, a actualização do IAS e das pensões é calculada com base numa fórmula (prevista na Lei 53-B/2006) que conjuga o crescimento da economia nos últimos dois anos com a inflação em Novembro (a média das variações homólogas dos últimos 12 meses, excepto habitação). Em Novembro, o valor da inflação situou-se em 2,1%.

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