Sporting continuou perdido na Bélgica
“Leões” voltaram a marcar primeiro, mas sofreram nova reviravolta e sofreram a quarta derrota consecutiva, ao perderem com o Club Brugge, por 2-1, na Liga dos Campeões.
Passou um mês e tudo mudou. A 10 de Novembro, o Sporting fez o seu último jogo com Ruben Amorim, uma épica vitória em Braga e uma despedida emocional a um treinador marcante. O seu substituto chegou e ganhou ao Amarante. Mais nada. João Pereira faz bem em querer ser diferente do antecessor, mas o que está a mudar são os resultados e as exibições. Nesta terça-feira, os “leões” sofreram a sua quarta derrota consecutiva, perdendo na Bélgica com o Club Brugge, por 2-1, na 6.ª jornada da Liga dos Campeões.
Em Bruges, o Sporting não jogava apenas por pontos. Jogava por uma luz ao fundo do túnel que, de repente, se tornara longo e escuro depois de uma era iluminada. João Pereira não pode ter outro discurso que não seja o da confiança no seu trabalho – porque, acima dele, as palavras são as mesmas. E cada jogo é uma oportunidade para validar as palavras, mas também pode ser mais um buraco. É nesta dualidade que os “leões” vivem: se ganharem, pode ser que fique tudo bem; se perderem, está tudo cada vez pior.
Frente ao campeão belga, o técnico “leonino” fez várias alterações face ao jogo em Moreira de Cónegos, as mais significativas o regresso de Eduardo Quaresma ao centro da defesa e a estreia a titular do jovem médio João Simões (face às ausências de Morita e Bragança), com apenas 17 anos. Depois de três derrotas seguidas, havia urgência numa resposta e os “leões” pareciam querer reencontrar-se com a sua melhor versão.
Logo aos 3’, o capitão Hjulmand lançou uma bola vertical na direcção de Gyökeres, o sueco trabalhou com a defesa dos belgas nas costas e deixou para a entrada de Maxi Araújo na esquerda. O uruguaio disparou, acertou no poste e, na recarga, Geny Catamo fez o 0-1, num golo amplamente celebrado dentro e fora do campo. E essa vantagem foi como que uma injecção de confiança: durante uns 20 minutos, esta equipa tinha mais semelhanças do que diferenças em relação à sua versão anterior.
Pouco depois do golo, nova oportunidade, outra vez com Gyökeres na jogada. O sueco recebeu no flanco, esperou por companhia e libertou para Quenda – o jovem ala atirou ao lado. Do Club Brugge, pouco ou nada se via. Não tinha resposta para o domínio do campeão português. Tudo isto durou cerca de 20 minutos. Quando o Sporting começou a dar espaços no meio-campo e a permitir as transições do adversário, o jogo começou a virar.
Foi num desses momentos, aos 24’, que os belgas chegaram ao empate. Pela direita, Skov Olsen teve espaço para avançar e cruzar para o coração da área, onde estava o grego Tzolis para finalizar. A bola desviou em Quaresma e enganou Israel.
O golo belga demorou a fazer efeito e até podia nem ter tido efeito nenhum. Logo a seguir, uma grande jogada de Trincão colocou a bola ao alcance de Maxi na área, mas Olsen derrubou o uruguaio. O árbitro Anthony Taylor assinalou penálti, mas, após ouvir o que o VAR tinha para dizer, transformou o castigo máximo num livre. Gyökeres já tinha a bola na mão e recuou alguns metros para cobrar a falta – a bola não passou longe da baliza de Mignolet.
A partir daqui o Sporting foi entrando lentamente na sua espiral descendente, cada vez menos crente naquilo que podia fazer no jogo e, na mesma medida, os belgas cresciam. Houve momentos, na segunda parte, em que o Sporting ainda tentou escapar ao que parecia inevitável. Já perto do fim, um grande passe de Vanaken colocou Casper Nielsen na rota do golo e o dinamarquês não falhou, selando o destino de um Sporting que, há um mês, parecia encaminhado para uma qualificação directa na Champions.