Morreu o actor francês Niels Arestrup

Vencedor de vários prémios pelos papéis que representou em televisão, cinema e teatro, morreu aos 75 anos em casa, nos arredores de Paris.

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Niels Arestrup recebe um dos seus três César para Melhor Actor Secundário, em 2010 VICTOR TONELLI / REUTERS
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O actor francês Niels Arestrup morreu este domingo, 1 de Dezembro, aos 75 anos, na sua casa em Ville-d'Avray, nos arredores de Paris, disse a mulher à imprensa francesa.

“Estou profundamente triste por anunciar a morte do meu marido, o grande actor Niels Arestrup, após uma corajosa batalha contra a doença. Faleceu rodeado pelo amor da sua família”, escreveu Isabelle Le Nouvel num comunicado de imprensa.

Figura incontornável nos filmes de Jacques Audiard, destacou-se em filmes como De tanto bater o meu coração parou (2005) e Um profeta (2009), com os quais venceu dois prémios César, o mais prestigiado prémio do cinema francês, para melhor actor secundário.

Niels Arestup foi também um dos principais actores da série televisiva Baron noir (2016), uma criação original do Canal + cuja acção se centrava na história de um futuro presidente francês e de um dos seus amigos, o presidente de câmara de uma pequena cidade no norte da França, segundo a base de dados de cinema Imdb.

Em 2014, o actor franco-dinamarquês conquistou o terceiro César para melhor actor secundário, com Palácio das Necessidades, uma comédia política do realizador francês Bertrand Tavernier baseada numa banda desenhada de Christophe Blain e Abel Lanzac, pseudónimo do diplomata Antonin Baudry. A série inspirava-se na experiência do antigo diplomata como escritor de discursos para o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Dominique Villepin.

Niels Arestrup foi ainda nomeado outras três vezes para o prémio César de melhor actor secundário pelos filmes Em busca de uma nova vida (2011), Diplomacia (2015) e Até nos vermos lá em cima (2018).

O escafandro e a borboleta (2007) e Cavalo de guerra (2011) foram outros dos filmes interpretados por Niels Laresdrup.

No teatro, venceu o prémio Globos de Cristal 2017 para melhor actor pelo desempenho na peça Actuação e, em 2020 venceu o Prémio Molière, considerado um dos mais prestigiados prémios de teatro em França, pela interpretação em Red" Em 2000 já fora nomeado para a mesma categoria do prémio Moliére, com Copenhaga, em 2006 com Cartas a um jovem poeta e, em 2012, com Diplomacia.

Niels Arestrup nasceu em 8 de Fevereiro de 1949, em Montreuil, França, filho de pai dinamarquês que tentou emigrar para os Estados Unidos, mas que ficou em França para se casar.

O actor cresceu num ambiente muito modesto nos anos 1950, nos arredores de Paris. O pai era operário na região de Bagnolet.

“Como se pode imaginar, sendo filho de um operário de Bagnolet nos anos 1950, o espectáculo, o teatro e o cinema não me passavam pela cabeça”, declarou o actor ao jornal Le Figaro em 2021.

Desenvolveu, todavia, a paixão pelo teatro através de aulas com a actriz francesa Tania Balachova, tendo-se mantido fiel aos palcos durante quase meio século, rejeitando a celebridade.

“Quando comecei a trabalhar no ramo, os directores de teatro escolhiam uma peça e depois pensavam no elenco. Agora é ao contrário: procuram uma estrela e só depois a peça que a pode acompanhar”, lamentou Niels Arestrup ao Le Monde em 2019.