Refugiados em trânsito para a guerra contra o Eixo

Em 1943, quase dois mil refugiados passaram por Portugal em direcção ao Norte de África. Os Aliados omitiram a Salazar que muitos deles eram homens que queriam incorporar as forças da França Livre.

Foto
Ouça este artigo
00:00
15:29

Em meados de Abril de 1943, a direcção da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), então presidida pelo almirante Ivens Ferraz e dirigida operacionalmente pelo coronel Afonso Dornelas, recebeu um pedido da Legação dos EUA em Lisboa: algures no final desse mês, comboios especiais com refugiados de guerra de nacionalidade francesa entrariam em território português, sendo necessário prestar-lhes cuidados médicos e garantir alimentação. A nota oficial dos norte-americanos não se alongava em explicações — 903 cidadãos “fugidos à invasão da sua pátria”, internados em campos espanhóis, seriam divididos em grupos e esperados na fronteira de Marvão-Beirã; previam-se breves paragens nesta estação e também nas do Entroncamento e de Setil; o destino era o terminal portuário privativo da Sapec, empresa de adubos de capital belga instalada em Setúbal. Aqui, seriam embarcados em navios e transportados para o Norte de África, “visto a Legação dos EUA estar procedendo de acordo com o ‘Comité Français de la Libération Nationale’”.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 3 comentários