O escritor bósnio Velibor Colic, que vive exilado em França desde 1992, o ano em que começou a guerra na antiga Jugoslávia, teve o seu Livro das Despedidas publicado pela Gradiva. Este é o segundo volume de uma trilogia e a editora portuguesa irá publicar também os outros dois.

Na entrevista que deu à jornalista Isabel Lucas conta que nesta obra quis "prestar homenagem ao espírito da Europa Central, onde se pode rir de muitas coisas": "Baseio a minha ideia no facto de que não é preciso ser triste para ser sério. Triste e sério não são a mesma coisa. Às vezes, a mente cartesiana francesa tenta corrigir-me, mas eu desenrasco-me dela o melhor que posso." Ler a entrevista na íntegra.

O historiador israelita Yuval Noah Harari, autor do best-seller Sapiens e de Homo Deus, está a lançar mundialmente Nexus – História Breve das Redes de Informação da Idade da Pedra à Inteligência Artificial, editado em Portugal pela Elsinore. Como nos conta o editor do Ípsilon, que o foi entrevistar a Londres, neste seu novo livro Harari antevê um mundo de "espíritos algorítmicos que poderão escapar-se das nossas mãos."

A determinada altura desta entrevista ao Ípsilon,  Harari explica que existe "junk information, tal como existe junk food" e deixa um aviso: "Precisamos de de prestar atenção ao tipo de alimentos que estamos a dar à nossa mente. Precisamos, como indivíduos e como sociedade, de uma dieta da informação." Ler a entrevista na íntegra.

A filósofa da religião Mary-Jane Rubenstein, autora do livro Astrotopia, editado em Portugal pela Livros Zigurate, também deu uma entrevista ao Ípsilon. Na conversa com o jornalista Tiago Ramalho diz-nos: "A religião pode ser mais poderosa onde não parece estar a actuar, onde temos apenas um tipo secular e da tecnologia, muito rico e com formação científica – não se vê a religião em lado nenhum. Mas esse tipo secular torna-se muito poderoso e as pessoas começam a usar camisas que dizem coisas como "In Elon We Trust" [Em Elon confiamos]",  Ler a entrevista na íntegra

O crítico José Riço Direitinho conta-nos o que se vai publicar até ao final do ano em Portugal. Na área da não-ficção, o destaque vai para Nexus. Na área de ficção são sobretudo obras de autores europeus com obra consolidada ou premiada (como Kairos, vencedor do International Booker Prize) que chegarão às livrarias.

Também Chico Buarque, Mia Couto e José Eduardo Agualusa têm novos romances. Luísa Costa Gomes e Teresa Veiga lançam novos livros de contos. E a poesia do poeta polaco Zbigniew Herbert vai deixar de estar inédita em Portugal. Leia o texto sobre a rentrée no Ípsilon.

Um dos livros que será publicado em Novembro é A Pequena Comunista Que Nunca Sorria, da francesa Lola Lafon. Esta edição faz parte do projecto  "Sementes de Dissidência" da editora Antígona e que nesta semana trouxe a Portugal a escritora espanhola Layla Martínez, autora do romance Caruncho, best-seller em Espanha e que está a ser agora traduzido em vários países. Durante a próxima semana a autora tem uma agenda preenchida.

Esta segunda-feira, às 18h30, participará na sessão «Escrita em Dia» na Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa. E às 21h30 estará na Livraria-Bar Menina e Moça, também em Lisboa.

No dia seguinte, 24 Setembro, terça-feira, 18h30, haverá um lançamento e leituras de Caruncho na Livraria Arquivo, em Leiria, com participação de Joana Bértholo, Paulo Kellerman e Ana Moderno. Na quarta-feira, a autora estará de regresso a Lisboa. Está marcada para as 18h30 uma apresentação e leituras com o tradutor Guilherme Pires, Diana V. Almeida e Ana Água na Livraria da Travessa, Lisboa. Vão festejar-se os 45 anos da Antígona também. 

E na quinta-feira, 26 de Setembro, às 17h30, na Biblioteca Municipal em Mértola haverá também um lançamento e encontro de Layla com os seus leitores organizado pela associação Boa Criação que inclui mais tarde, no Mercado Municipal de Mértola, uma tertúlia e petiscos com o Teatro Comunitário de Mértola e o Grupo Comunitário de Artes Performativas, dinamizado por Celina da Piedade.

Também a antropóloga francesa Nastassja Martin está em Portugal. O jornalista Nicolau Ferreira conversou com ela. Podem ler a entrevista aqui. A autora de Acreditar nas Feras vai participar na Noite das Ideias, organizada pelo Instituto Francês de Portugal, que decorrerá no Teatro São Luiz, amanhã, dia 23, sob o tema Linhas de Falha – Imaginar Futuros Inéditos.
 

Encontro de Leituras de Outubro

A escritora brasileira Natalia Timerman é a convidada do Encontro de Leituras, o clube de leitura do PÚBLICO e da revista brasileira Quatro Cinco Um, em Outubro. A sessão acontecerá na terça-feira, 8 de Outubro. Em discussão vai estar o romance As Pequenas Chances, editado no Brasil em 2023 pela editora Todavia e em Portugal em Fevereiro deste ano pela Tinta-da-china.

Quem quiser fazer parte da mailing list do Encontro de Leituras pode fazê-lo enviando um email para encontrodeleituras@publico.pt.

E o podcast do Encontro de Leituras pode ser ouvido nas plataformas habituais e na próxima semana vamos lançar o episódio com a escritora brasileira Djamila Ribeiro.

O Encontro de Leituras é aberto a todos os que queiram participar. A ID é a 821 5605 8496 e a senha de acesso 719623. Entre na reunião Zoom através do link.

Dia: 8 de Outubro, terça-feira
Hora: às 18h do Brasil e 22h de Portugal 

Evento online e gratuito, via Zoom

 

E ainda

Críticas: o livro de poesia Paiol, de Ana Isabel Mouta, pelo crítico Hugo Pinto Santos. E a edição de Contos Completos, de Katherine Mansfield, por Mário Santos.

Pré-publicaçõesRevolução, o novo romance de Arturo Pérez-Reverte; Inyenzi ou As Baratas, de Scholastique Mukasonga; Determinado. Uma ciência da vida sem livre-arbítrio, de Robert M. Sapolsky; Corpo Vegetal , o novo romance de Julieta Monginho e Banho de Sangue Americano, com textos de Paul Auster e fotos de Spenser Ostrander.

Amanhã chegará às livrarias Bambino a Roma, de Chico Buarque

Até para a semana.