Moritz e Franz, o grupo Wagner da Alemanha

A selecção germânica será o próximo adversário do Team USA no Mundial de basquetebol.

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Moritz Wagner, poste da selecção alemã EPA/ROLEX DELA PENA
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O que a vida juntou, o basquetebol não separou. Moritz e Franz Wagner são irmãos com quatro anos de diferença, ambos escolheram o basquetebol, começaram no mesmo clube foram para a mesma universidade, jogam na mesma equipa da NBA e a Alemanha conta com eles para ultrapassar os favoritos EUA e chegar à final do Mundial de basquetebol, nas Filipinas. Eles têm sido dois dos destaques da excelente campanha da selecção germânica no torneio, já com um lugar garantido nos Jogos de Paris, mas que ainda pode ser a melhor de sempre – “só” precisam de bater o Team USA na próxima sexta-feira.

Bater os norte-americanos num ambiente de basquetebol FIBA (que tem algumas diferenças em relação à NBA) não é impossível, como já se viu neste Mundial – derrota com a Lituânia – e em outros Mundiais e Jogos Olímpicos. A Alemanha não tem nenhuma “estrela” da dimensão de um Dirk Nowitzki, mas conta com jogadores de larga experiência de NBA, como Dennis Schroeder (Lakers) ou Daniel Theis (Pacers). E, claro, os irmãos Wagner, que jogaram juntos em Berlim quando eram crianças e jogam juntos nos Orlando Magic da NBA.

Com a diferença de idades em quatro anos – Moritz, “Mo”, tem 26, Franz tem 22 – tudo o que o mais velho fez, o mais novo imitou. Moritz escolheu o basquetebol e Franz também, apesar de, em crianças, nem sempre ser o melhor irmão mais velho. “Quando éramos miúdos, era um bocado ‘bully’ com ele, mas, infelizmente, esses tempos acabaram quando ele começou a crescer”, contou Moritz, que é ligeiramente mais alto que o irmão – 2,11m contra 2,08m.

Ambos deram os primeiros passos no Alba Berlim e ambos optaram por arriscar no basquetebol universitário dos EUA na mesma equipa, os Michigan Wolverines. Moritz ficou três anos na universidade, mostrando-se como um “big man” versátil e com boa mão para os lançamentos longos, acabando por ser escolhido na posição 25 do draft pelos Los Angeles Lakers em 2018, o mesmo ano em que LeBron James escolheu os californianos para prosseguir a carreira.

O alemão só passou uma época ao lado de “King” James. No ano seguinte, já estava nos Washington Wizards, numa troca a três que conduziu Anthony Davis aos Lakers, mas continuou a ser um jogador de fundo do banco, tal como seria em meia época nos Celtics. Só começou a ter algum protagonismo quando aterrou em Orlando, onde morava uma equipa jovem em processo de reconstrução.

Franz, entretanto, já tinha seguido os seus passos em Michigan, mas ficou lá apenas dois anos porque a NBA já estava de olho nele. No draft de 2021, foi uma escolha de lotaria (n.º 8) dos Magic e ele rapidamente se encarregou de demonstrar o porquê: média de 15,2 pontos no seu ano de “rookie” e 18,6 no segundo. Franz é uma “estrela” em ascenção na NBA, enquanto Moritz é um secundário importante, ao ponto de ter garantido, pelo menos, mais dois anos a jogar nos Magic.

Na selecção, o estatuto é mais ou menos o mesmo. Mas Franz lesionou-se logo no primeiro jogo do Mundial, com o Japão, e Moritz foi um dos manteve a equipa competitiva. O Wagner mais novo só regressou para o jogo dos quartos-de-final com a Letónia, aparentemente sem problemas (16 pontos e oito ressaltos), bem complementado pelo irmão (12 pontos). Agora veremos como o Team USA vai lidar com os irmãos Wagner em pleno.

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