Custo do trabalho sobe 3,5% no segundo trimestre
Aumento deve-se a subida dos custos não-salariais por hora efectivamente trabalhada e nos custos médios por trabalhador.
O índice de custo do trabalho subiu 3,5% no segundo trimestre, face a igual período de 2002, quando nos três precedentes tinha subido 6,7%, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Este aumento resulta “sobretudo dos acréscimos nos custos não-salariais por hora efectivamente trabalhada (4,6%) e nos custos médios por trabalhador (7,2%)”, refere o INE. No primeiro trimestre, “tinha aumentado 6,7%”.
Os custos salariais (por hora efectivamente trabalhada) “aumentaram 3,3% e os outros custos (também por hora efectivamente trabalhada) aumentaram 4,6%, em relação ao mesmo período do ano anterior”, adianta o INE.
A evolução homóloga do índice de custo do trabalho (ICT) “também resultou do acréscimo de 7,2% no custo médio por trabalhador e do acréscimo de 3,6% no número de horas efectivamente trabalhadas por trabalhador”.
O INE adianta que o aumento “da primeira componente foi transversal a todas as actividades económicas, tendo os aumentos sido menores do que os observados no trimestre anterior”. A administração pública registou “a menor variação” (6,5%) e a construção a maior (8,8%).
“As horas efectivamente trabalhadas por trabalhador também registaram aumentos em todas as actividades económicas, tendo o maior acréscimo sido observado na construção (5,8%) e o menor na administração pública (0,9%)”, lê-se no documento.
Face a estas variações, “o ICT aumentou em todas as actividades económicas, tendo o maior acréscimo sido registado na administração pública”.
No segundo trimestre, “os custos salariais registaram acréscimos entre 1,1%, na nonstrução, e 5,2%, na administração pública”.
No trimestre anterior, “todas as actividades económicas tinham registado acréscimos maiores do que os observados neste trimestre”, adianta o INE, referindo que “os custos não-salariais, à semelhança dos custos salariais, também registaram aumentos inferiores aos do trimestre precedente”.
O aumento menos acentuado dos custos, salariais e não-salariais, “ficou a dever-se ao maior acréscimo no número de horas efectivamente trabalhadas por trabalhador, em todas as actividades, quando comparado com o trimestre anterior”.
De acordo com o INE, os custos não-salariais tiveram “variações superiores às dos custos salariais em todas as actividades económicas”, o que poderá ser explicado “pelo regime extraordinário de diferimento do pagamento de contribuições à Segurança Social” e pela “normalização das contribuições patronais das empresas”.
O regime extraordinário de diferimento do pagamento de contribuições à Segurança Social estabeleceu que “o pagamento das contribuições referentes aos meses de Março, Abril, Maio e Junho de 2022 poderia ser feito de modo faseado – um terço do valor no mês em que era devido e os restantes dois terços em prestações (até um máximo de seis) a partir de Agosto de 2022”.
O INE recorda que, durante a pandemia de covid-19, as empresas que aderiram ao regime de layoff simplificado, ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva ou ao Novo Incentivo à Normalização da Actividade Empresarial, ficaram isentas ou parcialmente dispensadas do pagamento das contribuições patronais.
“A partir do segundo trimestre de 2021, o pagamento das contribuições patronais foi retomado progressivamente e, no segundo trimestre de 2022 (trimestre homólogo com o qual estão a ser comparados com os resultados agora divulgados para o segundo trimestre de 2023), um conjunto de entidades empregadoras beneficiavam, ainda, destas medidas, o que se reflecte nas variações homólogas analisadas”, explica o INE.