A geração Beat está aí expondo-se em diferentes formatos, como nos lembra o jornalista Mário Lopes em A poesia, reedições e um álbum "pela estrada fora": a geração Beat novamente aqui.

"Beat, colectânea de poesia compilada e traduzida por Adolfo Luxúria Canibal, numa edição da conimbricense Do Lado Esquerdo; West of the American Night, álbum em que John Mercy, vocalista dos também conimbricenses A Jigsaw, reencena o roteiro de Kerouac em Pela Estrada Fora; Nothing Here Now But the Recordings e Break Through the Grey Room, reedição de duas compilações, editadas originalmente nos anos 1980, de cut-ups e gravações experimentais que William Burroughs registou, na sua maioria, no início da década de 1960."

Tagore, ou a grande literatura na denúncia dos nacionalismos é o texto em que a jornalista Isabel Lucas nos fala da reedição de
A Casa e o Mundo, de Rabindranath Tagore: " Lido hoje, ressoa em toda a sua força. Um grande clássico com nova edição em Portugal", escreve.

Vale a pena também ler a coluna do provedor desta semana: Uma história pouco edificante (parte I).

A livraria Barata na Avenida de Roma em Lisboa fechou, conta-nos o jornalista Samuel Alemão. Abriu uma Fnac e preservação como loja histórica será avaliada em breve. Ler aqui.

 

"Fazer like [nas redes sociais] é rezar digitalmente" disse ao Ípsilon Byung-Chul Han. "Só que já não pedimos perdão, pedimos atenção."

A entrevista, realizada por email pelas jornalistas Karla Pequenino e Renata Monteiro, foi capa do Ípsilon e foi um dos artigos mais populares na sexta-feira passada. Não foi fácil chegar à fala com o filósofo nascido na Coreia do Sul, residente na Alemanha, autor de obras como A Sociedade do Cansaço (ed. Relógio D’Água). Mas não foi impossível.

Um dossier que além desta entrevista sui generis, como poderá constatar quem a ler, tem também um artigo de Victor Gonçalves, doutorado em filosofia contemporânea pela Universidade de Lisboa, que destaca seis livros para se entender Byung-Chul Han.

Já nas livrarias

FICÇÃO

A Boneca
Autoria: Yrsa Sigurdardóttir
Tradução: Maria José Figueiredo.
Editora: Quetzal Editores
480 págs., 20,90€
Nas livrarias a 3 de Agosto

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Este novo livro da islandesa Yrsa Sigurdardóttir é o quinto volume da série DNA com a dupla formada pelo detective Huldar, da polícia de Reiquejavique, e pela psicóloga infantil Freyja. Yrsa Sigurdardóttir (1963), autora de A Absolvição ou Campo de Lava e directora de uma das maiores empresas de engenharia da Islândia, conta-nos neste thriller uma história que envolve uma boneca apanhada na rede durante um passeio de barco em família. "Depois de vários anos perdida no oceano, a boneca é uma visão aterrorizante e o primeiro instinto da mãe é devolvê-la às águas, mas acaba por ceder quando a filha pede para ficar com ela. Naquela noite, a mãe publica uma foto da boneca nas redes sociais. Pela manhã, ela está morta e a boneca desapareceu. Um gesto de ternura desencadeou uma série de acontecimentos fatídicos que, anos mais tarde, estarão ligados através de uma única testemunha desaparecida: a criança que levou a boneca para casa."

FICÇÃO


Lisboa Noir - O ano louco de 1928
Autoria: Luís Corte Real
Editora: Saída de Emergência
288 págs., 17,70€
Nas livrarias a 3 de Agosto

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"Este é o terceiro livro do editor Luís Corte Real depois de ter publicado dois volumes das aventuras do detective Benjamin Tormenta. Lisboa Noir tem dois autores convidados – Sónia Louro e Gerson Lodi- Ribeiro e "é uma homenagem ao pulp dos anos 30, aos policiais dos anos 40, ao cinema noir dos anos 50 e à era dourada dos comics dos anos 60", revela a editora. "Como seria Portugal se D. Miguel tivesse vencido a guerra civil?", lê-se na capa deste livro do editor que fundou a Saída de Emergência em 2003. "Com D. Miguel III a acabar de subir ao trono, o futuro de Lisboa parece luminoso, mas uma metrópole tão grande esconde muitos segredos. E os mais perigosos têm a ver com a própria dinastia miguelista. Com dirigíveis nos céus, polícias corruptos nas ruas e um Sindicato do Crime a controlar o submundo, prepare-se para visitar uma Lisboa onde tudo pode acontecer."

FICÇÃO

O Meu Michael
Autoria: Amos Oz
Tradução: Carolina Vasconcelos
Editora: Dom Quixote
272 págs., 18,80€
Já nas livrarias

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"Inicialmente publicado em 1968, este foi o romance que consagrou Amos Oz (1939-2018) - o escritor israelita mais conhecido e lido no mundo -  como um dos grandes nomes da literatura mundial, tendo-se tornado um marco na sua tão aplaudida carreira", revela a D. Quixote onde o livro é agora publicado (houve uma edição em 2002 na ASA). "História de desamor e desencanto, O Meu Michael é um retrato apaixonante da polémica realidade israelita, à época afectada pela crise do Suez e pela iminência da guerra", acrescentam. Começa assim: "Estou a escrever isto porque morreram pessoas que amei. Estou a escrever isto porque quando era jovem tinha em mim o pleno poder do amor, e agora esse poder está a morrer. Eu não quero morrer. Tenho trinta anos e sou uma mulher casada. O meu marido é o Dr. Michael Gonen, geólogo, um homem de boa índole. Eu amei-o. Conhecemo-nos na Faculdade Terra Sancta há dez anos. Eu era aluna do primeiro ano na universidade Hebraica, quando as aulas ainda eram na Faculdade Terra Sancta. Foi assim que nos conhecemos: Num dia de inverno, às nove horas da manhã, escorreguei nas escadas."

FICÇÃO

O Quartel, ou As Bochechas do General
Autoria: A. M. Pires Cabral
Editora: Tinta-da-China
296 págs., 17,90€
Nas livrarias a 3 de Agosto

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"Contado não se acredita. Eis o que dizemos quando queremos pôr em evidência determinado sucesso em termos de inverosimilhança ou imprevisibilidade. Eu cedi ao impulso – ou talvez à tentação – de dizer exactamente o mesmo a abrir esta história, julgando que a encarecia, quando na verdade – vejo-o agora – a estou a apoucar. O enredo do conto é de tal modo inabitual e inesperado que ninguém vai acreditar. Mas ainda bem que assim é, porque no dia em que os Leitores acreditarem numa história que eu conte é porque a mesma é frouxa – e eu quero que as histórias que conto sejam tudo menos frouxas. Por isso, vamos fazer de conta que não escrevi este parágrafo – e passemos à acção", escreve o premiado ficcionista e poeta A. M. Pires Cabral no início deste seu novo livro romance, avisando que "é de supor que alguns Leitores terão a tentação de ver neste conto uma alusão ao 25 de Abril." "Errado, meus amigos. Literatura é literatura, história é história (…)"

E uma das recomendações de José Riço Direitinho nesta terça-feira na página impressa do Leituras:

FICÇÃO

Enseada Amena
Autoria: Augusto Abelaira
Edição: Minotauro
242 págs.; 16,90 €
Já nas livrarias

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Esquecidos durante as duas últimas décadas, os romances de Augusto Abelaira (1926-2003) estão agora a ser reeditados. Escritor, professor e jornalista, foi director das revistas Seara Nova e Vida Mundial. Colocado por alguns numa "segunda geração neo-realista", a sua obra sublinhou no romance uma intenção social e uma "dimensão de auto-crítica geracional". Enseada Amena é o seu quarto romance, originalmente publicado em 1966, e tem como tema "aparente" o casamento e a infidelidade. Escrevi "aparente" porque mais importante do que esse tema, o que lhe subjaz é sobretudo a reflexão sobre esses actos íntimos e privados que serve como pretexto para a preocupação fundamental do romance: a procura da liberdade individual e colectiva. J.R.D.

No Leituras podem consultar as novidades que têm chegado às livrarias nas últimas semanas: na secção dedicada às saídas de livros.

Encontro de Leituras amanhã

O convidado do Encontro de Leituras de Agosto é o jornalista, escritor e biógrafo brasileiro Ruy Castro. O livro que estará em discussão no clube de leitura do PÚBLICO e do jornal brasileiro Folha de S. Paulo é A Vida Por Escrito - Ciência e Arte da Biografia (ed. Tinta-da-China). A sessão do Encontro de Leituras é aberta a todos os que queiram participar.

O evento acontece amanhã, terça-feira, às 22h (em Lisboa) e 18h (em Brasília). Aqui ficam os dados e o link para quem quiser participar na conversa. Lá vos espero com o Walter Porto, da Folha de S. Paulo.

Entrar na reunião Zoom
https://us06web.zoom.us/j/82074972849?pwd=c0gyMDQwcEI1UGR1UHFGTnFrQzJBZz09

ID da reunião: 820 7497 2849
Senha de acesso: 538972

Os melhores momentos serão depois publicados no podcast Encontro de Leituras.

Quem quiser receber informações sobre este clube de leitura do PÚBLICO e da Folha de S. Paulo pode inscrever-se através do email encontrodeleituras@publico.pt

E quem quiser saber mais sobre este livro pode ler a entrevista que o jornalista Nuno Pacheco fez a Ruy Castro a propósito desta obra: Ruy Castro: "A minha biografia? Só por cima do meu cadáver"

Até para a semana.