Irão anuncia míssil de longo alcance e ameaça matar Trump
Novo míssil tem alcance superior a mil quilómetros e acaba com “superioridade” americana, afirmou um general iraniano.
Um alto responsável dos Guardas da Revolução do Irão anunciou na sexta-feira que o país desenvolveu um míssil de cruzeiro de longo alcance, com potencial para atingir alvos a 1650 quilómetros de distância. No mesmo discurso, o general Amir Ali Hajizadeh informou que o Irão pretende matar Donald Trump como vingança pelo assassinato do general Qassem Soleimani, em 2020.
O general assegurou que o míssil agora divulgado, chamado Paveh, só é activado “a uma distância de 300 quilómetros do alvo”, o que o tornaria “indetectável” pelos sistemas de defesa antiaérea. “Os americanos já não têm qualquer superioridade”, afirmou Hajizadeh, citado pela agência Tasnim News. “Somos capazes de atingir barcos americanos a 2000 quilómetros.”
Quanto à ameaça a Trump, esta não é a primeira vez que altas patentes militares e outras figuras proeminentes do regime ameaçam vingar a morte de um dos mais importantes comandantes iranianos e do Médio Oriente, lembra a Reuters. No ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou um operacional dos Guardas da Revolução, Shahram Poursafi, de conspirar para matar John Bolton, o ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump.
Pouco depois do ataque com drone que vitimou Soleimani no aeroporto de Bagdad, no Iraque, o Irão atacou com mísseis as bases militares usadas pelos Estados Unidos naquele país, matando soldados iraquianos. “Se quiséssemos ter matado mil americanos nessa noite, teríamos matado”, disse na sexta-feira Amir Ali Hajizadeh. “Mas queremos matar Trump”, acrescentou, referindo ainda que Mike Pompeo, ex-secretário de Estado americano, e os comandantes militares envolvidos na morte de Soleimani “devem ser mortos”.
Qassem Soleimani era o comandante da força al-Quds, uma unidade de elite dos Guardas da Revolução, considerado o segundo homem mais poderoso do Irão e um dos mais influentes no Médio Oriente. Teve um papel preponderante na guerra civil da Síria, ao organizar a resistência da tropa de Bashar al-Assad contra os grupos rebeldes e, mais tarde, contra o Daesh. A sua morte foi ordenada pelo então Presidente americano, que disse que “ele devia ter sido abatido há muitos anos”.